Por Imprensa (segunda-feira, 19/12/2011)
Atualizado em 19 de dezembro de 2011
Data: 19/12/2011
O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) informa que a situação de terrorismo e violência tende a piorar em Alagoas enquanto o governo não investir na segurança pública. Veja nota abaixo:
Nota
O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) ressalta que o Governo do Estado não entendeu a necessidade urgente no investimento no pessoal e nas condições de trabalho.
A Secretaria de Defesa Social propõe medidas paliativas e ineficientes para a segurança pública como a contratação de 800 policiais militares da reserva, a centralização dos trabalhos das polícias (Central de Polícia), entre outras, que só fazem enfraquecer mais o setor.
O Sindpol vem desde 2009 denunciando o alto índice de violência que toma proporções alarmantes. As ondas de assaltos, arrastões, seqüestros relâmpagos, incêndios a ônibus e assassinatos mostram apenas o que é estar no Estado mais violento do Brasil. Em 2010, foram assassinadas 2.226 pessoas, o que significa uma taxa de homicídios de 71,3 para cada 100 mil habitantes.
Enquanto isso às delegacias de polícia estão sucateadas. O 3º Distrito Policial da Capital está fechado há um ano. As delegacias no interior abandonadas, enquanto o crime organizado se instala, promovendo a violência.
Os policiais civis continuam desmotivados, acuados e com medo da criminalidade, que avança de forma organizada, estruturada e bastante armada. Não há uma política pública efetiva de controle da violência. Há carência de efetivo, de equipamentos e de armamentos.
O Sindpol recentemente questionou o por quê da transferência do presidiário Levi Batista da Penha, o Baby do Complexo do Alemão, para pagar pena em regime semi-aberto, que não existe, em Alagoas. Levy é ligado ao traficante Fernando Beira Mar e à facção Comando Vermelho.
O governo de Alagoas não investe na segurança pública, ao contrário do Estado de Sergipe que possui a Polícia mais eficiente do Brasil. O percentual de identificação e prisão dos infratores é de quase 70%, enquanto em Alagoas não ultrapassa a 5%. Um policial sergipano ganha, em média, R$ 6 mil. Enquanto o policial civil de Alagoas recebe apenas 30% da remuneração do estado vizinho.
O clima de terror da sociedade alagoano não nasceu por acaso, e não pode ser apontado apenas o tráfico de drogas. O sociólogo e autor do estudo Mapa da Violência, Julio Jacobo, já informou que a escalada do crime no Estado não tem uma única causa, e tem ligação direta com o enfraquecimento do sistema de segurança pública estatal, a migração de facções criminosas e a estreita ligação entre poder público e o crime.