Por Imprensa (quarta-feira, 15/08/2012)
Atualizado em 15 de agosto de 2012
Alagoas tem a educação de pior qualidade do Brasil. A constatação é uma tradução dos números da mais recente edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados pelo Ministério da Educação na terça-feira (14). O indicador avalia a qualidade do ensino do país a partir das taxas de aprovação e do desempenho de escolas, municípios e estados na Prova Brasil.
Na média geral entre escolas públicas e privadas e das redes de ensino estadual e municipais, Alagoas apresentou as notas mais baixas entre todos os estados brasileiros, com relação a todos os períodos escolares. Na avaliação dos primeiros anos do Ensino Fundamental (até a 4ª série/5º ano), o estado teve nota de 3.8, apenas um décimo a mais do que a registrada em 2009. Com relação aos últimos anos do Ensino Fundamental, Alagoas foi avaliado em 2.9, a mesma nota de 2009.
Em ambos os casos, apesar de terem sido as piores notas do Brasil, o estado conseguiu atingir as metas estipuladas para 2011. A situação foi mais grave na avaliação do Ensino Médio, no qual Alagoas apresentou nota de 2.9 no Ideb 2011, dois décimos abaixo da registrada em 2009 e quatro décimos atrás da meta prevista.
Embora todas as unidades da federação tenham cumprido a meta do Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental em 2011, os resultados não foram animadores no Ensino Médio. Entre 2009 e 2011, o Ideb do Ensino Médio subiu apenas 0,1 ponto, passando de 3,6 para 3,7. A meta nacional esperada para o período foi atingida, mas em nove estados o índice piorou em relação à edição anterior, inclusive Alagoas.
Outro dado mostrado pelo Ideb é que, apesar das notas maiores que as da rede pública de ensino, as escolas particulares obtiveram média de desempenho abaixo da meta estabelecida para 2011. Os resultados apontam que a rede privada avançou menos nos últimos anos, tanto nos níveis iniciais, como nos finais do ensino fundamental e no nível médio.
Desde a criação do Ideb, em 2005, foram estabelecidas metas que devem ser atingidas a cada dois anos por escolas das redes pública e privada, por prefeituras e governos estaduais. Em Alagoas, várias escolas sequer tiveram média na Prova Brasil 2011.
Avaliação na capital
Em Maceió, na rede pública de Ensino, doze escolas estaduais e oito municipais conseguiram atingir as metas estipuladas para 2011, na avaliação dos últimos anos do Ensino Fundamental. Na rede estadual, a maior nota foi do Colégio Tiradentes da Polícia Militar que, embora tenha diminuído quatro décimos com relação à avaliação de 2009, alcançou pontuação de 4,7 em 2011. A meta da escola era de 4,3.
Já na rede municipal, a escola melhor avaliada foi a Maria Cecília Pontes Carnaúba, com nota de 4,2 no Ideb 2011, superando a meta prevista de 3,8. As duas escolas públicas superaram, inclusive, a média nacional do Ideb entre escolas públicas e privadas, que foi de 4,1 no referido período escolar.
Quando a avaliação foi sobre os primeiros anos do Ensino Fundamental em Maceió, treze escolas estaduais e 31 municipais atingiram as metas para 2011. Neste caso, o Colégio Tiradentes da PM também teve a maior nota entre as escolas públicas, com 5,3. Entre as unidades da rede municipal a melhor avaliada foi a Escola Cícero Due da Silva, com 5,0, igual à média nacional.
No interior
Na contramão dos resultados negativos apresentados pelo estado, alguns municípios tiveram desempenho acima da média nacional divulgada pelo Ideb. Entre eles, destaca-se o município de Jequiá da Praia que recebeu nota de 5.1 sobre os primeiros anos do Ensino Fundamental em 2011. A média nacional foi de 5.0. O município de Coruripe também apresentou desempenho satisfatório, com nota de 4.8, oito décimos acima da avaliação de 2009.
Na avaliação dos últimos anos do Ensino Fundamental, nenhum município atingiu a média nacional de 4.1.
De acordo com a Agência Brasil, as pequenas cidades lideram o ranking dos municípios com melhor desempenho no Ideb. Dos dez municípios com maior nota no Ideb nos anos iniciais do ensino fundamental, todos têm até 20 mil habitantes. Considerando somente o resultado da rede pública, as primeiras capitais aparecem depois da posição 800 na lista dos 5.227 municípios que tiveram o Ideb calculado em 2011, diz a Agência Brasil.
Acássia Deliê – Tudonahora