Por Imprensa (terça-feira, 13/11/2012)
Atualizado em 13 de novembro de 2012
“Alagoas tem pressa”. E o corre-corre dos últimos dias indica que o governo não quer mesmo perder tempo. No último fim de semana, o vice-governador José Thomaz Nonô (DEM) e outros integrantes do governo embarcaram para o exterior ao lado do secretário de Planejamento, Luiz Otávio Gomes. A missão da dupla é trazer de Washington, capital dos Estados Unidos, a certeza de mais alguns milhões para o Estado.
Na semana passada, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e Luiz Otávio já tentavam convencer técnicos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre a capacidade de Alagoas contrair novas dívidas e ampliar seu crédito para investimentos. Representantes das instituições bancárias já estiveram no Estado diversas vezes para conhecer minúcias dos projetos que seriam financiados. Em Brasília, conheceram requisitos que faltam para Alagoas receber 400 milhões de dólares – aproximadamente R$ 800 milhões. Em linhas gerais, o dinheiro seria para combater a pobreza e fortalecer o turismo no Estado.
Esta bolada não é a única que consta na atual lista de metas do governo tucano. Enquanto Vilela e Luiz Otávio aceleravam na capital federal, na semana passada, mais dois empréstimos para o Estado, a Assembleia Legislativa cumpria a tarefa de decidir se autorizaria ou não a transação milionária pleiteada pelo governo.
O aval dos deputados é uma das exigências legais para que o Estado usufrua do crédito. Além dos 400 milhões de dólares, o governo quer também carta branca para adicionar na dívida de Alagoas mais R$ 611 milhões, dinheiro que seria financiado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Durante o governo de Téo Vilela o Estado já contraiu de empréstimo o valor de 2 bilhões de reais.
AL tem dívida pública de R$ 8 bi
O valor dos empréstimos que o governo corre agora para garantir junto ao BID, BNDES e Banco Mundial soma mais de R$ 1,4 bilhão. Mas em 2009, outra lista de empréstimos foi autorizada pela Assembleia Legislativa. Os deputados aceitaram os argumentos de que era necessário modernizar a gestão pública e deram carta branca para que o Estado contraísse R$ 841,1 milhões de dívidas, com o objetivo de reestruturar a administração fiscal e aumentar a capacidade de arrecadação do Estado, para que Alagoas pudesse ver ampliada sua receita correte líquida.
A preocupação da bancada de oposição ao governo na Assembleia Legislativa encontra amparo na recente história de endividamento de Alagoas. O Estado mais pobre do País, com os piores índices sociais do Brasil, é o que também tem a quarta maior dívida pública do Nordeste.
Segundo números extraídos da prestação de contas do governo da presidente Dilma Rousseff referente ao exercício de 2011, Alagoas possui hoje dívida de R$ 8,4 bilhões com a União. Só de juros, o Estado paga R$ 50 milhões todo mês. Na região, a Bahia é a mais endividada, com débito de R$ 34,2 bilhões. Pernambuco vem em seguida, com R$ 29 bilhões e o Ceará em terceiro lugar, com dívida de R$ 18,6 bilhões.
Desde que assumiu o governo, Teotonio Vilela Filho, ainda em seu primeiro mandato, dizia que o maior desafio do Estado seria alcançar o ajuste fiscal e encontrar espaço nas contas para crédito bancário. A alegação do Executivo é de que o Estado não tem receita suficiente para bancar todos os programas sociais que o povo alagoano tanto precisa.
Por: CARLA SERQUEIRA – REPÓRTER – Gazetaweb