Por Imprensa (segunda-feira, 3/12/2012)
Atualizado em 3 de dezembro de 2012
Entorpecentes que chegam a Alagoas vêm da Bolívia e do Paraguai
Dados da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN) apontam que este ano, em Alagoas, foram presas em flagrante mais de 400 pessoas por envolvimento com o tráfico de drogas. A parceria com a Polícia Militar e o Ministério Público Estadual (MPE) culminou em operações que resultaram na apreensão de grande quantidade de entorpecentes, cerca de 200 quilos de maconha, mais de cem quilos de crack e perto de dois de cocaína. Se houvesse melhor estrutura na DRN, é bem possível que a quantidade de apreensões fosse ainda maior. O efetivo de policiais civis é de apenas 17 agentes para cobrir todo o estado. A “esperança” de Jobson Cabral, titular da especializada, é que a delegacia-geral aposte na ampliação da estrutura física e pessoal transformando o pequeno prédio do Farol em um departamento de combate ao narcotráfico. Segundo o delegado, é árduo o trabalho de combate às drogas em um estado que aparece sempre com destaque em pesquisas sobre crimes de homicídio. “Tem esse programa Brasil Mais Seguro que quer reduzir os índices de violência. E a droga passa por isso. Há uma estimativa de que a cada dez homicídios, oito são provenientes do tráfico de drogas”, declarou Cabral. Jobson Cabral informou que foram cerca de 400 apreensões de droga este ano. “O apoio da Radiopatrulha e do Bope é fundamental. Nosso efetivo é pequeno. Estamos aguardando também o concurso público para ver se teremos novos agentes na delegacia”, disse.
Droga vem pela rodovia O promotor de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça, coordenador do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), informou à Gazetaweb que a maior parte da droga que chega a Alagoas vem por via terrestre. “O que deveria ter é uma fiscalização mais efetiva na sua fronteira. É necessário uma fiscalização mais efetiva em vias terrestres. O principal é fechar as fronteiras do Brasil, mas isso não é fácil”, disse o promotor. À frente de um grupo que tem como uma das vertentes a investigação sobre tráfico de drogas, Alfredo lembra que o Brasil tem uma fronteira extensa que “facilita” o transporte de entorpecentes. “Hoje a droga que chega a Alagoas vem da Bolívia, Paraguai e São Paulo, principalmente. Existe uma grande massa de pessoas viciadas. O consumo de drogas pela classe alta não aparece em pesquisa e na classe baixa o estrago a gente vê”, acrescentou. De acordo com Alfredo Gaspar, Alagoas não produz droga – se produz é em pequena escala – e é a maconha. “Existe uma facilidade de comunicação de nativos que fazem contatos com traficantes de fora”, declarou o promotor. O membro do MPE lembrou de uma grande operação ocorrida em outubro. “A droga saiu do Paraguai, para Foz do Iguaçu e depois para São Paulo, de caminhão. O trajeto do material foi pensado em presídio de São Paulo”, disse.
A investigação da Polícia Civil aponta ainda que a maconha que chega a Alagoas vem – geralmente – de Pernambuco. O crack, quase sempre oriundo da Bahia e de Minas Gerais. As drogas chegam quase sempre ao estado, segundo o Jobson Cabral, pelas rodovias, escondidas em ônibus, caminhões e carros de pequeno porte. “O pouco efetivo de policiais rodoviários federais acaba favorecendo a entrada de drogas pelas estradas em Alagoas”, acrescentou. Êxtase, óxi e craconha “Novos” tipos de droga encontrados com mais frequência em grandes centros a exemplo de êxtase, óxi e craconha têm clientes em Alagoas. As apreensões realizadas durante as operações confirmam esse dado. “Antes não existia, mas agora há essa situação sim. Há quinze dias, por exemplo, achamos êxtase numa chácara na Serraria”, informou Jobson Cabral. Desirée, zirrê, craconha ou criptonita é uma droga resultado da mistura de maconha e crack. O óxi é uma mistura de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem, sendo mais devastadora do que o crack. Já o êxtase é uma droga sintética, usada em baladas e com potencial que pode gerar dependência. Operações Este ano, grandes apreensões de droga foram feitas pela polícia. Uma delas aconteceu neste mês. O Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) e a Polícia Militar localizaram mais de 140 quilos de maconha prensada e prenderam quatro pessoas. A droga foi localizada em uma residência no Loteamento Terra de Antares, no bairro da Serraria.
Os mandados de busca, apreensão e prisão foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital. As investigações apontam que o imóvel funcionava como ponto de revenda de droga. No mês de outubro, uma nova investida culminou com a apreensão de mais de 110 quilos de maconha. Cinco pessoas foram presas no Terminal Rodoviário de Maceió, no bairro Feitosa. O entorpecente teria vindo de São Paulo. O crime teria envolvimento de reeducandos recolhidos no sistema prisional.
Gazetaweb