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Medo toma conta da população após explosão na sede da tropa de elite da Polícia Civil

Por Imprensa
Atualizado em 21/12/2012

Renée Le Campion

Veículo usado pelo Tigre foi destruído pelos escombros

Horas após a explosão que destruiu a base da Divisão de Investigações e Capturas (Deic) da Polícia Civil, no Centro de Maceió, os moradores da região permaneciam em estado de choque. À reportagem do TNH1, já no final da noite de ontem, muitos deles ainda não sabiam se iam dormir em suas casas temendo a possibilidade de novas explosões.

O acidente na noite desta quinta-feira (20) deixou quatro policiais feridos e uma agente morta. A explosão foi gerada no paiol da Deic e muitos prédios e casas da região foram danificadas.

“Como poderia existir munições, explosivos e armamentos em uma área residencial?”. Esta é a pergunta que não sai da boca dos moradores. Todos os entrevistados pelo TNH1, sem exceção, desconheciam a existência do paiol na sede da Deic.

Arlete Cavalcante, que mora em frente à Deic, conta que estava em casa com a sua família no momento da explosão. “Primeiro, ouvimos um barulho, que parecia uma colisão. Foi tão alto que nós pensamos: ‘se foi acidente de carro, ninguém sobreviveu’. Depois, escutamos sons que pareciam tiros. E quando olhamos para frente, começou a sair fogo e fumaça da Deic. Assim que ouvimos uma mulher gritar ‘ai, meu deus’ veio a forte explosão, e a gente correu para os fundos da casa”.

A porta da casa, que estava fechada, ficou escancarada e toda a vidraçaria das janelas quebrou, segundo Arlete. “A gente não sabia, de forma alguma, que havia um paiol aí dentro. Onde fica a nossa segurança? Isso é um absurdo”, disse.

De acordo com Arlete, uma tenente dos Bombeiros, não localizada pela reportagem do TNH1, aconselhou as famílias a deixarem suas casas e só retornarem após 16h. “Mas ninguém apareceu aqui para reforçar o pedido. Estamos aguardando”, acrescentou.

Outro morador da ladeira dos Martírios, que quis se identificar apenas como Estevão, também mostrou sua indignação com o ocorrido. “Todo ano nós pagamos uma taxa ao Corpo de Bombeiros e toda a área é fiscalizada. Mas e esse prédio, que é da Segurança Pública? A irresponsabilidade é grande”, atestou.

Além dos danos materiais, inquéritos em andamento também foram perdidos.

O portal TNH1 tentou conversar com a cúpula da Polícia Civil, que estava no local do acidente, mas não obteve êxito. O delegado-geral Paulo Cerqueira e a diretora da Deic, delegada Ana Luiza Nogueira, estavam visivelmente abalados.

O governador do estado, entretanto, concedeu entrevista ao TNH1 TV e lamentou o acidente. Segundo Teotonio Vilela, os explosivos que geraram o acidente seriam repassados ao Exército.

“O clima em nosso governo e na sociedade alagoana é de tristeza e comoção. Também telefonei para Josimar, presidente do Sindicato dos Policiais, e prestei minha solidariedade pelo falecimento de Amélia Dantas, que também era diretora do Sindpol. Eu disse ao presidente que estou à disposição da entidade para qualquer assistência aos policiais feridos e à família da policial”, disse o governador.

Prédio da Microlins fica destruído após explosão

Com o impacto da explosão, além da Deic, o prédio do curso de informática Microlins também foi atingido. “Meu natal acabou. Apenas a fachada do prédio está em pé, lá dentro tudo foi destruído. É nesse lugar onde dou aulas para sustentar a minha família, e agora não sei quando tudo será solucionado”, lamentou à reportagem do portal TNH1 o professor de informática Rodrigo Nepomuceno.

A Defesa Civil isolou o prédio e não deixou ninguém entrar no local. Segundo o professor, isso aconteceu porque ainda há explosivos lá dentro, que foram “arremessados” no local com a explosão.

No momento do acidente, apenas dois professores estavam no local, e não acontecia nenhuma aula. “Isso foi providência de Deus. Os meus colegas saíram apenas com ferimentos leves”, relatou.

TudonaHora

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