Por Imprensa (sexta-feira, 14/05/2021)
Atualizado em 14 de maio de 2021
O ministro Paulo Guedes, em mais um arroubo verbal, proferido nesta semana em reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, ao abordar a PEC 32/2020 (reforma administrativa), voltou a atacar os servidores públicos ao compará-los a militantes políticos que trabalhariam para governos que promovem concursos públicos.
Não é a primeira vez que o ministro da Economia destila o seu ódio visceral aos trabalhadores do Estado brasileiro. Ele próprio demonstrou sua aversão aos servidores naquela fatídica reunião ministerial quando revelou sua intenção de colocar uma granada no bolso desses trabalhadores.
O que esperar de uma proposta de reforma administrativa urdida, principalmente, no gabinete de um ministro que tem esse contencioso com os servidores públicos?Nada, absolutamente, nada, a não ser a tentativa de promover o maior desmonte dos serviços públicos e dos direitos dos seus respectivos servidores, como nunca aconteceu na história do país.
A proposta promove ataques inéditos à estabilidade funcional essencial ao combate às diversas modalidades de crime, especialmente nas carreiras típicas de Estado, que não podem e não devem estar submetidas a caprichos políticos de ocasião; aos concursos públicos fundamentais à renovação do pessoal efetivo que está à frente desses serviços; e aos direitos legitimamente constitucionalizados, para submetê-los a interesses menores.
A PEC 32/2020 representa mais um ato de covardia do ministro Guedes e do governo ao qual pertence contra os servidores, especialmente no momento em que eles, como as categorias policiais, se encontram na linha de frente para garantir serviços públicos à imensa maioria da população brasileira que deles necessitam e que se encontram hoje sem renda, sem emprego e sob a ameaça da pandemia da Covid-19.
A postura do ministro é muito compreensível. Ele está a serviço do grande capital, notadamente as do setor financeiro, aos quais destina bilhões de reais, todos os meses, apenas no pagamento dos juros da dívida interna, estimulando um rentismo que lucra poucos em detrimento da população que clama por serviços públicos de melhor qualidade e eficiência.
Agora, mais uma vez, transforma os servidores públicos em bodes-expiatórios da crise que o próprio governo agrava com sua subserviência aos grandes grupos econômicos.
Não é à toa que, quase dois anos e meio desde o início do atual governo, o ministro não conseguiu entregar nada de positivo à sociedade, a não ser tentativas de desmonte e de alienação do serviço e do patrimônio públicos nacionais, com o sacrifício de milhões de servidores que nunca renunciaram da missão de servir a sociedade.
A COBRAPOL, por essa nota, além de repudiar, novamente, a postura do ministro Guedes, soma-se a todas demais representações sindicais e sociais pela sua saída do Ministério da Economia. O Brasil só terá a ganhar com isso!
Brasília (DF), 13 de maio de 2021
ANDRÉ LUIZ GUTIERREZ
Presidente da Cobrapol
Com informações da Cobrapol