Por Imprensa (quarta-feira, 31/07/2013)
Atualizado em 31 de julho de 2013
O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) voltou a flagrar a superlotação da Delegacia Regional de União dos Palmares e as condições insalubres do local. Em uma estrutura precária, 42 presos dividem três celas. O sindicato reiterou o pedido de interdição da delegacia à Procuradoria de Justiça do município, na tarde da terça-feira (30).
Policiais civis e estruturas
O vice-presidente do Sindpol, Edeilto Gomes, e o vice-diretor de Planejamento, João de Deus de Oliveira, registraram a precariedade das condições de trabalho da regional. Em média, apenas quatro policiais civis são responsáveis pelo plantão diário da delegacia, pelo atendimento da população e pelos detentos. Essa última não é atribuição da Polícia Civil, ou seja, os policiais estão desviados de sua função.
Em todas as paredes, infiltrações e mofos que provocam doenças respiratórias. O alojamento é precária, e os banheiros com rachaduras na paredes. As instalações elétricas inadequadas com fiações expostas, o que representam risco de incêndio. Os cartórios funcionam em pequenas salas cheias de inquéritos e estão com os condicionadores de ar quebrados.
O pátio da delegacia está cheio de motos e carros velhos o que beneficia a proliferação de doenças como dengue e leptospirose. A Vigilância Sanitária já fez uma inspeção no local e condenou a permanência de pessoas na delegacia.
Presos
Os presos estão em situação subumana. As celas, que deveriam funcionar para quatro pessoas, estão com 15 cada. O ambiente é escuro, cheio de lixos e possui forte mal cheiro. É constante a falta de água, além disso, a alimentação é precária. A carceragem fica do lado da cozinha dos policiais, representando a insegurança do local, além de tirar a privacidade da categoria.
O Sindpol também encontrou muitos presos doentes e sem atendimento médico. Um, que sofreu acidente automobilístico, está com as feridas infeccionadas e sente muita dor. Os detentos reclamam foram esquecidos pela Justiça.
Promotor
Os diretores do Sindpol se reuniram com o promotor de Justiça Antonio Luis Vilas Boas Souza sobre o pedido de ação pública para interdição da regional. O Sindpol reiterou o pedido, oficializado no dia 9 de abril. O promotor informou que fez um procedimento relatando os problemas da delegacia com exposição de motivos e o pedido de interdição da carceragem. Mas a solicitação foi indeferida pelo juiz Antonio Rafael Wanderley Casado da Silva.
O vice-presidente do Sindpol, Edeilto Gomes, chamou a atenção quanto à violação dos direitos humanos, tanto para policiais civis, quanto para os presos e a população. O sindicalista defendeu uma Ação Civil Pública pela Promotoria da Justiça. O promotor disse irá pensar sobre o que fazer. “Enquanto isso, a situação é de caos. O sindicato teme pela segurança e integridade dos policiais civis, presos e população”, desabafa o vice-presidente do Sindpol.