Por Imprensa (terça-feira, 7/03/2023)
Atualizado em 7 de março de 2023
A diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) participou do ato público nesta terça-feira (07), que cobrou a reintegração do dirigente sindical do Sindipetro AL/SE Valder Nelson Victor de Moraes Bello, demitido pela Braskem.
O sindicalista Victor Bello está há mais de 30 anos no movimento sindical. Ele é sindicalista reconhecido nacionalmente pela luta em prol do banimento do amianto — produto cancerígeno — nas operações da fábrica, atuou contra a privatização da Salgema e no combate à insegurança nas unidades da Braskem.
Por conta da covid-19, o Victor Bello ficou com sequelas, está em tratamento e afastado de suas funções. Mesmo doente, a Braskem cruelmente demitiu o sindicalista.
Na mobilização, o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, destacou os ataques da empresa que afetaram os alagoanos, com a mineração irresponsável que provocou o afundamento do bairro do Pinheiro e de bairros adjacentes de Maceió, atingindo mais de 60 mil pessoas, que foram obrigadas a desocupar suas casas.
O sindicalista citou o caso do policial civil José Ronaldo Dias, que ele e sua família tiveram que sair de sua residência, no bairro do Pinheiro, por conta da Braskem. Sua esposa faleceu e completando cinco anos do tremor de terra, provocado pela mineradora, o policial foi em sua antiga casa e cometeu o suicídio.
O dirigente sindical destacou que a empresa não tem o mínimo de consideração com o trabalhador e trata a situação como se nada tivesse acontecido. “Não vamos aceitar essa demissão. Vamos continuar juntos pela reintegração do companheiro. Vamos mostrar a força dos trabalhadores e do movimento sindical”, disse.
Edeilto Gomes, diretor de Comunicação do Sindpol e presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Nordeste – Feipol-NE, prestou apoio ao sindicalista Victor Bello, destacando a importância da união das entidades e disse que a demissão também atinge os trabalhadores do serviço público, citando o caso do então presidente do Sinpol-PE, Áureo Cisneiros, que foi exonerado em 2020, mas com a luta, conseguiu reverter a situação.
O dirigente do Sindipetro AL/SE Luciano Bello destacou o histórico de demissão de sindicalista pela Braskem, que é controlada pela Odebrecht, empresa relacionada com o histórico de corrupção.
Além do Sindpol, também participaram do protesto, organizado pelo Sindipetro AL/SE, o Sindjus-AL, Urbanitários, Bancários, CUT, Lutas de Classe, CSP-Conlutas, Federação Nacional dos Petroleiros – FNP, Feipol-NE e Sindipetro/RJ. As entidades destacaram que a demissão do sindicalista é um ataque à liberdade de organização sindical e ao movimento sindical.