Por Imprensa (segunda-feira, 23/03/2015)
Atualizado em 23 de março de 2015
O Sindpol realizou o Seminário Conjuntura e Segurança Pública de Alagoas, na última sexta-feira (20), no auditório do Sindicato dos Bancários, que tratou das questões específicas da categoria e da conjuntura política estadual.
O professor e advogado Welton Roberto, um dos palestrantes, debateu a temática “Atividade Policial dentro da Legalidade”. Ele defendeu que o policial tivesse uma formação contínua da carreira policial, preparando-o sobre direito penal e processual na parte jurídica, e sobre cultura e psicologia para tratar das diversas situações cotidianas.
O advogado destacou que o Ministério Público trata o policial como um profissional preparado pelo Estado, quando isso não ocorre na prática. “É preciso entender que vocês são o Estado policial, mas vocês não são o Estado de Segurança Pública. Vocês não vão resolver os problemas de segurança pública. As questões dos homicídios e da violência doméstica não vão ser resolvidos pelo policial sozinho”, alertou.
Welton Roberto ressaltou a importância de agir de forma legal. “Se o Estado não dar condições, devemos denunciar o Estado. O delegado tem que sair da zona de conforto. A maioria não vai para o confronto. Vocês são as partes mais fragilizadas da operação. Na operação, é você quem estará colocando sua carreira, a profissão e sua família nisso”.
Ele citou, como exemplo, à época do Coronel Amaral, que apenas os policiais ficaram respondendo ao processo do caso Solaris.
O outro palestrante, o professor Luiz Gomes, debateu “Conjuntura política” e disse que tudo que é produzido acaba sendo apropriado pelo sistema capitalismo. “A maioria das pessoas acaba ficando na exclusão social”.
Ele destacou que a principal riqueza em Alagoas, a cana de açúcar, está concentrada nas mãos dos usineiros. “A violência em Alagoas é recente. Tem a ver com a crise mundial e com o mercado internacional dos entorpecentes, que atrai os jovens para o mundo do crime”.
Luiz Gomes informou que os dados da Organização das Nações Unidas mostram a concentração de riqueza para poucos. “Em 2016, apenas 1 % da população terá uma riqueza equivalente aos outros 99%”.
Os dirigentes Josimar Melo e Stélio Pimentel Jr defenderem o projeto de Delegacias 24 horas. No seminário, ficou definida que uma comissão irá discutir a importância ou não das delegacias funcionando 24 horas.