Por Imprensa (sexta-feira, 22/07/2016)
Atualizado em 22 de julho de 2016
Em clima de comoção, familiares, colegas e amigos deram o último adeus ao policial civil José Clério Vieira, de 47 anos, que foi sepultado na tarde desta sexta-feira (22), no Parque Santo no Benedito Bentes.
O policial civil foi morto no ônibus, quando voltava para sua casa, na noite da quinta-feira (21), durante um assalto no Conjunto Village Campestre, na parte alta de Maceió.
Emocionada, a policial civil Rosângela Rego contou que o ultimo ato de Clério foi de altruísmo. “Ele tinha a opção de fazer disparos, mas pensou no coletivo e entrou em luta corporal”, revelou.
Rego completou que os policias ganham tão pouco, que muitos não têm condições de obter um veículo. “Fiquei sabendo que ele iria comprar um carro, pois sabia do risco constante que corria com o transporte público”.
Para o amigo do policial Cicero Ferreira, que trabalhou com ele na Central de Flagrantes, os profissionais de segurança pública estão todos na iminência constante de sair para trabalhar e correr o risco de não retornar em virtude da violência que se instala no Estado. Ele alerta que os governantes não se importam com a categoria.
Ferreira revelou que Clério vivia em sintonia com tarefas e obrigações da delegacia. “Ele era uma pessoal extrovertida, parceira e pontual. Não deixava nada a desejar nas suas obrigações policiais”.
O presidente do Sindpol, Josimar Melo, fez um discurso de apoio à família do policial assassinado, colocando o sindicato à disposição para qualquer eventualidade.
Melo também cobrou das autoridades a apuração do crime e que os culpados sejam punidos. “É uma questão de honra elucidar esse crime”, disse.
O sindicalista ressaltou a importância do reconhecimento da profissão de risco do policial civil, o investimento na valorização do profissional e nas condições dignas de trabalho e salarial. “O governo passa para população a ilusão de que o Estado está seguro, que vem reduzindo o número de violência, mas os índices de violência mostram a verdadeira face do governo”.