Por Imprensa (quarta-feira, 21/06/2017)
Atualizado em 21 de junho de 2017
A diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) participou na manhã da terça-feira (20), de uma audiência pública e denunciou o desvio de função e as mazelas da segurança pública no Estado de Alagoas na Assembleia Legislativa de Alagoas.
A solicitação da audiência foi do vice-presidente da Casa, deputado Francisco Tenório. A audiência teve como objetivo colaborar com medidas na execução da política estadual de segurança pública estadual para o enfretamento dos altos índices de violência.
Na sessão, a maioria dos presentes defendeu a convocação da reserva técnica das polícias civil e militar. O presidente da sessão também propôs a realização de concurso público para a segurança pública, além de formação de um grupo de estudo, envolvendo as universidades e faculdades, para buscar as causas dos índices de violência e apontar as suas soluções.
Outros assuntos discutidos foram o desvio de função com a custódia de presos por policiais civis, além do fechamento das delegacias à noite. Outra questão polêmica apresentada pela Mesa, foi a usurpação de função da Polícia Civil, em que os militares vêm exercendo funções de Investigação e confeccionando Termos Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
A sessão contou as presenças de deputados, delegados de polícia, oficiais da Policia Militar, guardas municipais, perícia oficial, reserva técnica da Polícia Civil e Militar, além de toda cúpula de segurança pública em Alagoas e da sociedade civil organizada.
O presidente do Sindpol, Josimar Melo, denunciou que os policiais são mal remunerados e obrigados a trabalhar além da jornada estabelecida para receber valor irrisório de adicional financeiro. “O governo impõe que o policial trabalhe mais. E o policial para dar segurança a sua família é obrigado a aceitar. Porém a consequências são preocupantes. A maioria dos policiais desenvolve problemas psiquiátricos, diabetes, pressão alta entre outras doenças ocupacionais”.
Outro assunto apresentado pelo dirigente foi a troca de papeis constitucionais das forças policiais de Estado. “Possuímos hoje policiais civis que fazem patrulhamento e policiais civis responsáveis por custódias de presos. Isso não aceitamos. Isso é inconstitucional”.
Melo ressaltou a importâncias das delegacias abertas à noite. “Sabemos durante à noite a criminalidade é intensa. Porém, o governador decide fechar algumas delegacias a partir das 18 horas, nos finais de semana e feriados, abandonando a população que se mantém desprotegida. ”
O vice-diretor Jurídico do Sindpol, Ricardo Nazário, acrescentou que, enquanto as facções criminosas se organizam cada vez mais, o governador manda fechar as delegacias à noite. Outra questão apontada pelo dirigente foi a gestão da Policiai Civil. “Os gestores da Polícia Civil deveriam estar investindo em treinamento para os policiais realizarem seu trabalho de investigação com maior exatidão e elucidar maiores quantidade de crimes”.
Nazário solicitou a convocação da reserva técnica da Polícia Civil e recuperação das delegacias. Ele ainda alertou sobre as irregularidades na construção dos Cisps em Alagoas.