Por Imprensa (quinta-feira, 17/05/2018)
Atualizado em 17 de maio de 2018
Sindicalistas realizaram grande ato público na quarta-feira (16), no Calçadão do Comércio, com café da manhã em comemoração aos 28 anos de fundação do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol). A manifestação contou com a participação de policiais civis, aposentados e a população em geral.
Os dirigentes do Sindpol realizaram distribuição de panfletos, denunciando o déficit de mais de 3.000 policiais civis, que põe em risco a existência da Polícia Civil. A informação foi recebida com surpresa pela população, que não sabia da situação crítica da segurança pública.
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, informou que a diretoria entendeu a importância da realização do ato público com a população para alertar sobre o baixo efetivo, que enfraquece a Polícia Civil e fortalece os criminosos. Segundo Nazário, “sem efetivo, a Polícia Civil vai deixar de dar celeridade à conclusão dos inquéritos, e a sociedade ficará à mercê da criminalidade”. “Ao mesmo tempo, estamos cobrando o esclarecimento dos crimes contra policiais civis, como o da Amélia Dantas, vítima da explosão da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), e do assassinato do José dos Santos”, declarou.
De acordo com Nazário, as mortes de policiais civis deveriam ser atendidas pela Delegacia Geral com prioridade, sendo questão de honra. Ele ressalta que “a elucidação das mortes é essencial para mostrar aos criminosos que a família policial civil se protege. Mas, infelizmente, o gestor da Polícia Civil não apresentou os esclarecimentos dos crimes, e os inquéritos continuam parados”, revela.
O policial civil Roberto Rodrigues, que fez parte da turma da reserva técnica do concurso de 2012, destaca que a segurança pública é tratada com descaso pelos governos. “É uma política nacional de desestruturação da Polícia Civil, que prejudica a população”, alertou, acrescentando da importância do Sindicato. “Sabemos da luta histórica do Sindpol, que denuncia as precárias condições de trabalho, buscando a prestação de um serviço de qualidade, mas que para isso, é necessária a valorização profissional. Todas as lutas somente terão conquistas se houver a união dos policiais”, pontuou.
O policial civil aposentado Jefferson Buarque, que já foi dirigente do Sindpol, ressalta que quando entrou na Polícia Civil só tinha duas alternativas: seguir o caminho da subserviência ou caminho da luta e do enfrentamento. “Mesmo não fazendo mais parte da diretoria, sinto-me representado. Temos que comemorar as batalhas travadas e a luta atual. Estou feliz que tenho um sindicato que me representa”, elogia.
Para o vice-presidente do Sindpol, Jânio Vieira, o ato comemorativo dos 28 anos do Sindpol marca o histórico de conquistas dos policiais civis. “No ato, aproveitamos para cobrar mais atenção à Polícia Civil. Temos um déficit de mais de 3 mil policiais civis. Não adianta só investir no policiamento ostensivo. A sociedade fica prejudicada sem a investigação séria e isenta. O ato é para expor a população sobre o risco do fim da Polícia Civil”, assinala.
A 2ª vice-presidente do Sindpol, Arlete Bezerra, disse que a manifestação comemora o aniversário de uma entidade sindical que luta em prol dos direitos dos trabalhadores da Polícia Civil. “O Sindicato é a última barreira de proteção da categoria. Como tema desses 28 anos de fundação do Sindpol, chamamos a atenção para os crimes não elucidados da sindicalista Amélia Dantas e do policial José dos Santos”.
O maestro Fernandes, que já foi policial civil, revelou que gostaria que os governantes fornecessem mais atenção à categoria dos policiais, elevando sua autoestima. Ele ressalta que “a profissão de polícia é de grande importância para a população, sendo essencial valorizá-la”.