Por Imprensa (quarta-feira, 18/05/2011)
Atualizado em 18 de maio de 2011
Indústria da transformação e agropecuária lideraram número de demissões Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), revelam que Alagoas anda na contramão do país em relação ao número de empregos formais criados em 2011. Enquanto o Brasil registrou um saldo positivo de 880.717 empregos nos primeiros quatro meses deste ano, Alagoas aparece com um saldo negativo de 29.227 no mesmo período.
Mais da metade do déficit ocorreu em abril, mês em que 16.134 pessoas saíram do mercado de trabalho. Segundo o Caged, o setor que mais perdeu empregos no estado foi o de indústria de transformação que sofreu queda de 16.707 somente no mês passado. O setor de agropecuária surge como o segundo maior responsável pelos números negativos com 1.261 perdas de janeiro a abril deste ano.
De acordo com o Caged, o Brasil criou em abril 272.225 empregos formais, aumentando em 0,75% o estoque de vagas em relação ao mês anterior. Os números nacionais são bem mais animadores que em Alagoas, onde a variação aparece com saldo negativo de 4,97% no mês de abril e de 8,62% no acumulado do ano.
Para o pesquisador e economista Fernando Pinheiro, a queda drástica no setor de indústria de transformação se deve ao período de entressafra do campo sucroalcooleiro, que produz açúcar e álcool compreendendo desde a parte agrícola até a industrial, uma das grandes esferas em Alagoas. Segundo Pinheiro, outro fator é o afastamento de trabalhadores temporários do ano passado que poucos permanecem no setor mais afetado.
Sobre os dados relacionados à agricultura, o economista ressaltou que Alagoas possui muito pouco emprego formal nessa área, visto que muita gente trabalha com a agricultura familiar e com empregos informais. Para Pinheiro, outro agravante na agropecuária foi a enchente que atingiu várias cidades do interior alagoano no ano passado, que acabou por prejudicar a produção e dispensar muita mão de obra.
O quê diz a Secretaria do Trabalho
A Secretaria de Estado do Trabalho informou que o número de demissões no mês de abril se deve à sazonalidade. “Como o próprio Caged deixa claro, motivos sazonais relacionados às atividades sucroalcooleiras, comum nos meses de abril, foram responsáveis pelo saldo negativo de 4,97% em relação ao mês de março. Os dados demonstram ainda que em Alagoas houve saldo positivo nos setores da construção civil, com 601 postos de trabalho; serviços, com 336; e comércio, com 97”, divulgou em nota.
“Já é esperada a sazonalidade desse período em Alagoas, por isso não é questão para ser avaliada devido ao período de entressafra que vivemos. Recuperamos facilmente esse índice negativo no decorrer do ano. O que deve ser tomado como base é o estoque de empregos, e demonstramos crescimento. O Brasil inteiro sofre com a queda no número de empregos nos primeiros quatro meses do ano, devido a férias, final de ano”, afirmou o secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Qualificação Profissional Herbert Motta.
Motta ressaltou que a Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho (Rais), divulgada pelo Ministério do Trabalho, mostra Alagoas com crescimento de 24,9 mil empregos em 2010, representando um aumento de 5,57% em relação ao ano anterior.