Por Imprensa (sexta-feira, 20/05/2011)
Atualizado em 20 de maio de 2011
Uma mudança oficializada pela Secretaria de Estado da Defesa Social na quinta-feira (19) foi o bastante para os peritos criminais de Alagoas decretarem paralisação de advertência, por 48 horas, em virtude da exoneração – publicada no Diário Oficial do Estado – da diretora da Perícia Oficial de Alagoas, Ana Márcia, que estava no cargo desde 2008. Em seu lugar, assume o coronel PM Roberto Liberato, por decisão do secretário Dário César, ex-comandante geral da Polícia Militar.
A medida, segundo a categoria, é vista como uma ingerência política ‘inaceitável’ na Perícia Oficial. Os servidores já afirmam não aceitar que o órgão seja dirigido por alguém que não seja um perito oficial, especialista no assunto, refutando o que consideram ser um processo de militarização das instituições que compõem a Segurança Pública em Alagoas.
“A categoria reage com total indignação, entendendo que o comando deve ser exercido por um perito oficial, em virtude das atribuições técnicas da função, e não por terceiros. Quem conhece nossa estrutura é o perito, pois somente ele conhece de fato o trabalho que exercemos”, comentou o presidente da Associação Alagoana dos Peritos e Criminalística, José Veras Neto.
E como forma de protesto, dois servidores já elaboraram cartas de demissão, que deverão ser entregues ao chefe da Segurança Pública: Rosana Coutinho, diretora do Instituto de Criminalística, e Severino de Lira, lotado no setor de recursos humanos do mesmo Instituto.
Entre os servidores, a insatisfação também seria consequência de a mudança não estar sendo encarada como esporádica, já que, neste ano, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) decidiu substituir o secretário de Estado da Saúde, o médico Herbert Motta, pelo ex-prefeito de Penedo, o engenheiro agrônomo Alexandre Toledo – a troca seria fruto de acordo político, devido ao fato de o tucano não ter conseguido se eleger deputado federal na última eleição de outubro.
Apesar do anúncio, os servidores deverão se reunir em nova assembleia ainda na tarde desta quinta. Eles também buscam encontro com o Conselho Estadual de Segurança Pública, a quem pretendem expor a situação. Com a paralisação, a tendência é a de que haja prejuízo a atividades como a perícia realizada quando da ocorrência de homicídios na capital e interior.
Gazetaweb – com Bruno Soriano