Por Imprensa (segunda-feira, 12/11/2012)
Atualizado em 12 de novembro de 2012
Há dez anos atrás, Alagoas não era conhecida como o Estado mais violento do Brasil. Mas a falta de políticas públicas e o descaso com a segurança pública já sinalizam para essa terrível realidade.
Entidades da sociedade organizada, como o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), entre outras, já denunciavam a explosão da violência, principalmente, contra os jovens pobres de Alagoas. O poder público ignorou os fatos, apenas apresentou paliativos que não resolveram e não resolverão os problemas.
Em uma década perdida, a sociedade alagoana assistiu desesperadamente ao extermínio de 16.404 pessoas, a maioria formada por jovens de 15 a 25 anos.
Dados do IBGE, em 2010, mostram que o Estado de São Paulo possui uma população de 41.262.199, e a Alagoas 3.120.494, ou seja, a paulistana é 13 vezes maior do que a alagoana. No entanto, os números de assassinatos diários registrados em São Paulo são de 11 pessoas. Enquanto em Alagoas são de 6,5, isto é, mais do que a metade. Na verdade, como não há um estudo sério sobre a violência alagoano, nem apuração concreta dos crimes, a real razão fica desconhecida. Existe apenas as hipóteses de que o tráfico de drogas ocupou as áreas carentes de Maceió e do interior de Alagoas, mas a certeza que dispomos é de um Estado sucateado, fragilizado e vulnerável à bandidagem.
As facções criminosas paulistas, que possuem ramificações em Alagoas, assassinam a população para atingir o Poder Público. Essa realidade aflige as famílias alagoanas, caso o Governo do Estado continue tratando com o descaso a segurança, não oferecendo uma política concreta de valorização dos alagoanos com oportunidades aos jovens, recuperação e fortalecimento da saúde, da segurança pública, da educação, do esporte, do lazer, do turismo, em fim, valorizar os servidores públicos. Sem isso, Alagoas estará sempre no alvo da criminalidade.
Números de homicídio
2002: 0989
2003: 1.041
2004: 1.034
2005: 1.211
2006: 1.617
2007: 1.839
2008: 2.064
2009: 1.998
2010: 2.226
2011: 2.387
Por Josiane Calado – Sindpol/AL