Por Imprensa (terça-feira, 15/10/2013)
Atualizado em 15 de outubro de 2013
A polícia em Brasília realizou a “Operação Tróia”, que foi reproduzida para o restante do país pela televisão. O objetivo era combater o tráfico de drogas. Chamou-se “Operação Tróia” porque a polícia usou um caminhão baú, de mudança, para colocar a tropa e surpreender os “traficantes”. Uma operação bem bolada, sem dúvida, mas o resulto foi pífio. E foi pífio porque as 60 pessoas presas e que a polícia aponta como traficantes, na verdade, não são traficantes propriamente ditos. Esse é o grande problema e deve servir para sociedade entender o motivo de a polícia prender traficantes todos os dias, e o tráfico não se acaba nunca. É que, de ordinário, não são traficantes. Essa confusão que a polícia faz entre “avião” e traficante tem protegido o verdadeiro traficante – que tem se livrado da prisão. Não dá para entender como traficante um meliante que é preso com 10, 20, 30 ou 100 pedras de crack. Ainda que a legislação os enquadre como traficantes, não os são. O jornalista Marcelo Godoy, do jornal “O Estado de S Paulo”, publicou uma matéria sobre o recenseamento que o PCC – Primeiro Comando da Capital – realizou para contar os seus integrantes em todo o país, e também na Bolívia e no Paraguai, para onde se expandiu. Atenção, muita atenção alagoanos! No censo 2013 do PCC, divulgado pelo jornalista Marcelo Godoy, Alagoas já ocupa o 8º lugar no ranking dos estados com o maior número de integrantes do PCC.
Em Alagoas existem 226 integrantes do PCC e, desses, 165 estão presos e 61 soltos. Pela ordem a lista é a seguinte: Em 1º lugar está São Paulo, com 7 mil e 800 integrantes do PCC e, desses, 1 mil e 800 estão soltos. Em 2º lugar vem o Paraná, com 626 integrantes do PCC e, desses, 81 estão soltos. Em 3º lugar vem o Mato Grosso do Sul, com 558 integrantes do PCC, dos quais 89 estão soltos. Em 4º lugar é Minas Gerais, com 252 integrantes do PCC, dos quais 81 estão soltos. Em 5º lugar vem a Bahia com 250 integrantes do PCC, dos quais 102 estão soltos. Em 6º lugar vem Santa Catarina, com 243 integrantes do PCC, dos quais 72 estão soltos. Em 7º lugar é o Rio Grande do Norte, com 242 integrantes do PCC, dos quais 61 estão soltos. E em 8º lugar vem Alagoas, com 226 integrantes do PCC, dos quais 165 estão presos e 61 soltos. Pelo menos no quesito violência, Alagoas desbancou todos os demais estados nordestinos, com exceção apenas da Bahia e do Rio Grande do Norte. Alagoas é o oitavo estado brasileiro com o maior número de integrantes da facção criminosa conhecida como PCC e o terceiro no Nordeste. Estamos bem nesse quesito e devemos avançar ainda mais. Detalhe: o PCC é uma facção criminosa esperta e tem como prioridade trabalhar subornando autoridades, principalmente policiais.
Organizados, o PCC recomenda aos filiados que mantenham um caixinha de no mínimo 1 milhão de reais que servem para os casos de “emergência” – que, trocando em miúdos, significa uma reserva monetária para gastar com os advogados e a justiça. Pensando bem, Alagoas tem os piores indicadores sociais do país e a surpresa seria se isto não refletisse para essa estatística negativa do crime. Hoje o Estado é o oitavo colocado, mas tem tudo para se aproximar do primeiro colocado no ranking do PCC.
Blog – Roberto Villanova