Por Imprensa (terça-feira, 29/10/2013)
Atualizado em 29 de outubro de 2013
O modelo de centralização dos trabalhos da Polícia chegou ao caos e revela o fracasso da proposta. Em uma cidade como Maceió, que possui um milhão de habitantes, não dá para centralizar todos os trabalhos da Polícia Civil. A medida do Estado vai de encontro com a política da Secretaria Nacional Segurança Pública (Senasp) que, em nome da redução dos custos operacionais da segurança em Alagoas, coloca em risco a população e os profissionais de segurança pública.
Na última quinta-feira (24), a Central de Flagrantes chegou a comportar mais de 50 presos. Os policiais tiveram que improvisar um local para as mulheres presas. O sistema sanitário não aguentou, e as fossas ficaram entupidas. O mau cheiro na rua era insuportável. Os presos, distribuídos em três celas apertadas, reclamavam da falta de água, da carência de alimentação e de atendimento médico.
Enquanto isso, os policiais civis estavam largados a sorte, lidando com a superação do limite de sua capacidade física e mental para controlar aquela situação de caos. Um policial civil chegou a declarar que quando chegava ao fim do expediente na Central, os gritos dos presos continuavam em sua cabeça até na hora de dormir.
É uma situação desumana imposta aos policiais civis. Os presos, em sua maioria não possuem sequer o nível fundamental, não entendiam aquele situação e culpavam os policiais pelas precárias condições. À categoria restava denunciar a situação ao sindicato.
Mais uma vez o Sindpol cobrava da Delegacia Geral, da Secretaria de Defesa Social, do Conselho Estadual de Segurança Pública, dos Direitos Humanos, do Ministério Público, da Vara de Execução Penal, da Justiça e do governador a solução para o caos.
Tem sido reincidente a superlotação na Central de Flagrantes, na antiga Central, bem como na Casa de Custódia, no bairro do Jacintinho. Em todas, o presidente do Sindpol, Josimar Melo, e a diretoria buscaram dar apoio aos policias, denunciando a situação à imprensa e cobraram das autoridades, que, infelizmente, se omitem.
Josimar Melo ressalta que o modelo para a Polícia Civil defendido pelo sindicato é a descentralização dos trabalhos. “É preciso que as delegacias distratais voltem a funcionar 24 horas nos bairros. E todos os presos sejam transferidos para o sistema prisional, pois a custódia de preso não é atribuição dos agentes de polícia”, declarou.