Por Imprensa (quarta-feira, 19/09/2018)
Atualizado em 19 de setembro de 2018
A Frente Estadual pela Segurança Pública (FESP) deu início à atividade “Bate-Papo pela Segurança” para tratar das propostas dos candidatos. O evento, realizado na terça-feira (18), na sede do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), contou com a presença do deputado estadual Ronaldo Medeiros (MDB).
No Bate-Papo, temas como o déficit de profissionais de segurança pública, condições de trabalho, melhoria salarial e a saúde foram os mais abordadas pelas lideranças do Sindpol, Sindicato dos Peritos Oficiais de Alagoas (Sinpoal), Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen) e Sindicato dos Servidores do Detran de Alagoas (Sinsdal).
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, destacou a grave situação da falta de efetivo de policiais civis. Informou que mais de 600 policiais estão aptos para se aposentar, sendo urgente a necessidade de realização de concurso para 1.000 policiais civis. “Um policial civil trabalha por quatro policiais”, alertou.
“Em uma delegacia, o policial realiza o primeiro atendimento à população, toma conta de presos, faz investigação, entre outros trabalhos. A carga horária é extrapolada devido aos plantões. Tivemos cinco mortes de policiais que infartaram dentro das delegacias. Se o governador não realizar concurso público, ele vai matar mais policiais”, denunciou.
“Estamos assustados com essas mortes, que têm como principal causa o excesso de trabalho por causa da carência de efetivo”, disse.
Ronaldo Medeiros reafirmou que a saída é a realização de concurso público. Ele destacou ser contrário à contratação por terceirização. Disse que o servidor público jamais terá um voto dele contrário.
O vice-presidente do Sindapen, Petrônio Lima, também destacou o problema do efetivo, informando que a população carcerária é de aproximadamente cinco mil pessoas para um quantitativo de 600 agentes penitenciários. O dirigente citou os problemas psíquicos da categoria, revelando que com mais de dez anos de trabalho, o agente se torna um encarcerado profissional.
O deputado ouviu cada problema exposto e destacou que o ambiente não é fácil de suportar. “Tem que se fazer prevenção. É necessário consulta periódica para os servidores”, disse.
A dirigente do Sinpoal, Ana Márcia Nunes, informou que a categoria está há seis anos sem reajuste salarial, revelando que os peritos percebem o terceiro menor salário do Brasil. Disse que é necessária a criação de um setor psicossocial para prevenir os adoecimentos. Enfatizou a falta de efetivo, solicitando uma nova lei para criação de vagas, revelando que a legislação atual não condiz com a realidade do Estado. Defendeu a interiorização e uma política de valorização. “Não vejo a segurança pública funcionar se outro órgão da área está com problema”.
O deputado Ronaldo Medeiros reconheceu a falta de acompanhamento médico aos servidores e enfatizou a necessidade de realização de um trabalho preventivo. Destacou que somente se consegue avançar nas reivindicações com a luta. E reafirmou sua luta em defesa da categoria “A sociedade só se evolui na luta”.
O presidente do Sinsdal, Clayberson Ferraz, destacou a questão salarial da categoria e a necessidade de plano de carreiras. Alertou que os dados da população estão em poder de uma empresa terceirizada.
O deputado estadual disse que o salário dos servidores do Detran é menor do que foi divulgado na imprensa durante a greve, e que isso prejudicou a negociação. Ele se colocou à disposição para ajudar a categoria.
Ao final do Bate-Papo, o vice-diretor de Comunicação, Vicente Higino, ressaltou a necessidade de realização de concurso público para fortalecer todas as categorias, bem como a estruturação e apoio aos trabalhos dos servidores.
O diretor de Comunicação do Sindpol, Edeilto Gomes, também solicitou que o deputado tenha como bandeira de luta as propostas aprovadas pelos policiais civis no Congresso Estadual da categoria.