Por Imprensa (sábado, 18/09/2010)
Atualizado em 18 de setembro de 2010
O IBGE divulgou a síntese dos indicadores sociais: o estudo fez um raio-x das condições de vida da população. Alagoas aparece com a menor expectativa de vida. Quando se compara a expectativa de vida das mulheres no Distrito Federal, 79,6 anos, e a dos homens em Alagoas, 63,7 anos, dá quase 16 anos de diferença.
O Brasil ganhou cabelos brancos em dez anos: sete milhões de idosos a mais. Eles já são 11% da população. Enquanto isso, a proporção de crianças e jovens vem diminuindo.
Estamos vivendo mais. A expectativa de vida aumentou três anos em uma década: de 70 anos em 1999 para 73,1 em 2009. Nisso as mulheres levam vantagem: elas vivem até os 77 anos, em média. Eles nem chegam aos 70: “Hoje estou com 80, mas eu acredito que eu vou aos 90, com essa cabeça”, diz uma senhora.
O IBGE também vem mostrando que elas decidiram ter menos filhos. Mas o número varia de acordo com o grau de instrução da mãe: as mulheres que passaram menos tempo na escola têm quase o dobro de filhos, 3,19, em relação às mulheres com oito anos ou mais de estudo, 1,68.
Regiane virou mãe aos 15 anos. Parou de estudar, mas continuou engravidando: “Tão cedo não vou voltar a estudar de novo, agora está vindo outro. Agora é difícil”, diz.
Menos tempo na escola significa mais tempo na fila do desemprego. Há vagas para quem tem o ensino médio completo, mas faltam trabalhadores com esse perfil. Segundo o IBGE, menos de 40% dos jovens concluíram o ensino médio.
O brasileiro passa cerca de 7 anos da vida na escola. Não é tempo suficiente nem pra terminar o ensino fundamental.
Diante da escassez de mão de obra, a solução para algumas empresas foi investir na formação dos funcionários. Foi assim que Deisiane virou eletricista, e ela acha que pode mais: “Fazer uma engenharia elétrica que eu gosto muito, essa área. Quero chegar na universidade”, disse.
O estudo também revelou que os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, já representam cerca de 28% do que ganham as famílias mais pobres.
Alagoas tem maior taxa de mortalidade infantil, diz IBGE
A cada mil crianças nascidas vivas, 46,4 morrem no estado em um ano
Alagoas é o estado brasileiro que registrou a maior taxa de mortalidade infantil em 2009. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de mortalidade infantil no estado foi de 46,4 óbitos de crianças para cada mil nascidos vivos. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (17), e faz parte da Síntese de Indicadores Sociais 2010, estudo que avalia as condições de vida do brasileiro.
Segundo o IBGE, a taxa de mortalidade infantil corresponde à taxa de crianças menores de um ano de idade que morrem por mil nascidos vivos durante o período de um ano.
A taxa de mortalidade infantil brasileira era, em 2009, de 22,5 por mil, o que representa queda com relação a 2008, quando o índice era de 24 por mil. Se ampliado o prazo de comparação, a tendência de declínio é ainda mais evidente. Em 1990, a taxa de mortalidade infantil era de 47 por mil. Em 1999, era de 31,7 por mil.
Apesar do avanço, segundo o estudo, o Brasil permaneceu no patamar médio do indicador. No mundo, a taxa de mortalidade infantil caiu de 62 por mil para 45 por mil em 18 anos.
De acordo com o IBGE, a redução na taxa de mortalidade infantil se deve à melhoria das condições de habitação, e ao aumento relativo do número de domicílios com saneamento básico adequado. O Rio Grande do Sul foi o estado que registrou a menor taxa de mortalidade infantil em 2009 (12,7 óbitos para cada mil nascidos vivos).
Entre as grandes regiões, a maior taxa de mortalidade infantil foi registrada no Nordeste (33,2 por mil) e a menor, no Sul (15,1 por mil). Segundo o IBGE, a principal fonte de informações para a construção dos indicadores foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, que abrange todo o território nacional.
Taxa bruta de mortalidade
A taxa bruta de mortalidade no Brasil foi de 6,27 por mil, em 2009. O índice representa a frequência com que ocorrem os óbitos em uma população. A região com a maior taxa de mortalidade foi, segundo o IBGE, o Nordeste, com 6,56 mortes por mil. Já a região com o menor índice foi o Norte, com 4,86 óbitos por mil.
O estado com mais óbitos por mil habitantes foi o Rio de Janeiro, com 7,37 por mil. Já a Unidade da Federação com o menor índice foi o Distrito Federal (4,35 por mil).
A taxa bruta de natalidade em 2009, índice que representa a frequência com que ocorrem os nascimentos em uma população, foi de 15,77 por mil. De acordo com o IBGE, a taxa vem caindo nos últimos anos devido ao processo de urbanização que gerou transformações socioeconômicas e culturais na população brasileira.
Jornal Nacional – Rede Globo G1, em São Paulo