Por Imprensa (terça-feira, 30/08/2011)
Atualizado em 30 de agosto de 2011
Ex-coronel Manoel Cavalcante é beneficiado com a progressão de pena
Após 14 anos preso acusado de chefiar a “Gangue Fardada”, o ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante foi libertado nesta terça-feira, dia 29, pelo juiz da Vara de Execuções Penais, José Braga Neto.
Cavalcante participou de audiência com o magistrado no Fórum da Universidade da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e foi beneficiado com a progressão de pena, uma vez que já teria cumprido mais de um sexto da pena. Ele reponde por vários crimes, entre eles receptação de veículos, roubados e pistolagem.
Segundo o promotor Cyro Blatter, Cavalcante deverá ser colocado no regime semiaberto, mas como o regime está suspenso em Alagoas ele ficará em liberdade, precisando apenas comparecer uma vez por mês na Vara de Execuções, se recolher às 22h, não frenquentar bares, entre outros requisitos.
Como o ex-coronel é réu em outros processos, ele poderá retornar para o presídio caso seja condenado no processo que investiga a morte do cabo José Gonçalves, ocorrido em maio de 1996.
Apesar da conduta exemplar pelos diversos presídios pelo qual passou, Cavalcante é considerado preso de alta periculosidade e um arquivo vivo para diversos crimes de pistolagem registrados em Alagoas.
Entre os crimes no qual foi condenado, está o assassinato do tributarista Silvio Viana, do caseiro Crsitóvão Luiz dos Santos e de Ebson Vasconcelos da Silva, o Êto.
Desde quando foi preso, em 1997, Cavalcante alegou inocência em todos os crimes que foi acusado e apenas no ano passo resolveu contribuir com a Justiça, apontando três parlamentares como mandantes do assassinato do cabo José Gonçalves. Em depoimento, o ex-coronel apontou os deputados estaduais Antônio Albuquerque e João Beltrão e o agora ex-deputado federal Francisco Tenório como mandantes do crime.
Cavalcante passou dois anos em presídio federal após a cúpula da segurança pública alagoana ter descoberto um suposto plano para matar juízes responsáveis por sua condenação. Segundo as investigações, mesmo estando preso, o ex-militar ainda comandaria o crime organizado no Estado.
Ele ainda chegou a ser transferido para presídios de outros estados e atualmente cumpria pena no Baldomero Cavalcanti.
O ex-coronel deixou o fórum sem conversar com a imprensa. Ele foi reconduzido para o presídio, de onde será colocado em liberdade hoje.
Em entrevista, o advogado de Cavalcante, Douglas Bastos, afirmou que irá solicitar a inclusão do cliente no Programa de Proteção a Testemunhas, uma vez que o ex-coronel seria um arquivo vivo e teria contribuído com a Justiça.
Alagoas24horas