Por Imprensa (quarta-feira, 23/06/2010)
Atualizado em 23 de junho de 2010
No ato público, organizado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), na manhã desta quarta-feira (23), para que os policiais civis acompanhassem a votação da Emenda Aglutinativa Global 01/2010 das PECs 300/2008 e 446/2009, que trata da criação do piso nacional dos policiais Civis, Militares e Corpo de Bombeiros; lideranças comunitárias manifestaram apoio à luta da categoria.
O dirigente da Associação dos Moradores do Feitosa Josué Oliveira Maceno destacou que sem salário e condições de trabalho não é possível fazer segurança nas comunidades. “As `bocas de fumo’ estão avançando. Estamos perdendo essa luta. Não há policiamento ostensivo na comunidade. Há carência de efetivo. Perdi dois parentes, e os assassinos estão impunes. O governo tem que dá condição de trabalho para que a Polícia Civil volte a investigar”, alertou.
Maria Aparecida Martins, integrante da Paróquia de São João do Clima Bom 1, defende a luta do Sindpol para que as delegacias e distritais funcionem 24 horas. Ela participou da manifestação dos policiais civis para dar apoio à mobilização. “O salário deles é uma vergonha para uma categoria que tem muita responsabilidade e trabalha muito pela segurança da população. No 10º DP, do Clima Bom, nem água temos para beber. O governo não dá a mínima condição. Queremos nosso bairro com segurança, e a proposta das delegacias funcionando 24 horas é o ideal para um Estado que está tomado pela bandidagem. A causa é justa e é um direito da gente.”, declarou.
PEC é adiada para julho
O protesto, convocado pela Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), fez parte da mobilização nacional. O Sindpol disponibilizou de uma estrutura, em frente à Central de Polícia, com café da manhã, televisão e antena parabólica.
Em Brasília, o presidente do Sindpol, Carlos Jorge da Rocha, e o integrante do Conselho de Ética Carlos José, participaram da mobilização junto aos parlamentares pela aprovação da PEC. De acordo com Carlos Jorge da Rocha, ontem (22), os portões da Câmara Federal foram fechados para que os manifestantes não tivessem acesso ao local. Mais uma vez, a Emenda Aglutinativa não foi votada por falta de quórum no plenário da Câmara.
O presidente da Câmara, Michel Temer, prometeu pautar a PEC em sessão extraordinária entre os dias 6 ou 7 de julho. Mas a matéria pode entrar em pauta ainda na próxima semana, caso haja quórum, foi o que afirmou Temer em entrevista à Agência Câmara. “A minha intenção era colocar a PEC numa sessão extraordinária, tal como ajustado há semanas, mas estamos com o quórum compreensivelmente muito baixo, em função das festas que ocorrem neste período no Norte e no Nordeste. Na próxima semana, mandarei telegramas aos deputados para estarem presentes e votarem não só essa matéria, como outras tantas de relevância”, disse Temer.
Para garantir o quórum, a Cobrapol convoca os policiais civis a procurarem os deputados federais dos seus estados para explicar a necessidade de votar a matéria e pedir o seu comparecimento nas próximas sessões do plenário. A Confederação também organiza uma manifestação dos policiais civis, em conjunto com policiais militares e bombeiros, nos dias 6 e 7 de julho, para garantir a votação da PEC do piso nacional.