Por Imprensa (segunda-feira, 18/06/2012)
Atualizado em 18 de junho de 2012
A orla marítima de Maceió foi palco da Marcha das Vadias em Alagoas, organizada por estudantes, entidades sindicais, partidos políticos de esquerdas e populares. A Marcha reuniu centenas de pessoas, no domingo (17), para cobrar o fim da violência contra a mulher.
A marcha teve início do Iate Clube, com parada em frente ao prédio do Governador, na Jatiúca, onde os manifestantes cobraram, entre várias bandeiras de lutas, que as delegacias funciossem 24 horas nos bairros.
De forma irreverente, os manifestantes exibiam o corpo para repudiar a violência sexual contra a mulher. Com o tema “A marcha não é sobre sexo. É sobre violência”, homens e mulheres puderam exigir respeito e liberdade.
Na marcha, os manifestaram gritaram palavras de ordem: “mulher não é somente bunda e peito. Queremos respeito!”, “Eu só quero é ser feliz, e andar tranquilamente com a roupa que escolhi”, “A violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer”.
Os manifestantes fizeram criticas à Secretaria do Estado da Mulher “que se preocupa com medidas superficiais, que apenas mascaram o problema do desemprego e da violência feminina”, disse a estudante Laís Goes.
No Brasil, a cada dois minutos, cinco mulheres são espancadas; e a cada 12 segundos, uma mulher é estuprada. Em 2011 morreram 142 mulheres vítimas de violência em Alagoas, na maioria das vezes violência doméstica. “Esta é a causa do maior número de casos de internação no HGE. Ao mesmo tempo, no segundo estado brasileiro onde mais se matam mulheres, e o primeiro onde mais se matam homossexuais, só existem três delegacias da mulher, que funcionam em situação precária, e uma Casa Abrigo”, denunciou.
O cumprimento da Lei Maria da Penha, a construção das seis mil creches públicas prometidas pelo Governo Dilma, a ampliação da Casa Abrigo, as delegacias 24 horas, a descriminalização do aborto entre outras, foram as bandeiras de lutas apresentadas pelos manifestantes.
Surgimento
A marcha surgiu no Canadá em resposta à violência sexual, quando um policial que, diante de uma onda de estupros nos arredores da Universidade de Toronto, afirmou que as mulheres evitariam ser violentadas se elas não se vestissem como vadias (em inglês, slut). A partir daí milhares de pessoas saíram às ruas no slutwalk (marcha das vadias, ou das vagabundas).