“O diálogo cura. Tente falar” por psicóloga clínica Larissa Pedrosa Rossiter

Se doeu, tem que falar; se incomodou, tem que explicar; se tá ruim, tem que ajeitar; se estragou, tem que consertar. Entende? Não dá pra passar a vida inteira com as coisas entaladas na garganta, feito espinha de peixe que não desce e arranha toda vez que a gente tenta engolir. As pessoas adoecem porque guardam muitas coisas dentro do coração… É essa mania de “deixar pra lá” que faz do seu interior um depósito emocional de situações não esclarecidas.

Começa assim: você acha que a pessoa tá estranha, aí você fica estranho também. E os dois ficam estranhos, quando, na verdade, ninguém estava. O normal do ser humano é a comunicação.

É conseguir dizer o que está sentindo. Mas nem todos se habilitam para esse difícil exercício. Esqueça essa ideia de achar que aquilo que não tá bem vai aliviar com o passar dos dias. O tempo até tem um papel importante, mas não resolve tudo. Não dá pra engolir tudo e dizer amém! Eu sei. Também não dá pra cometer sincericídios por aí e sair vomitando as coisas entaladas na garganta. Mas você pode — e deve — se expressar.

Tem hora que o sentimento pede pra ser dito, entendido, decodificado, traduzido. Tudo o que ele quer é ser exorcizado pela palavra ou pela via que lhe cabe melhor. Expressar tranquiliza a dor. Dor não é pra ficar aí com você, incomodando. Dor é vírgula. Então, fale. Se expresse.

E, se não der pra falar, faça uma carta, um poema, um livro. Cante uma música. Pegue as sapatilhas, sapateie. Faça uma aquarela. Faça uma vida.

Faça piada, faça texto, faça quadro, faça encontros com amigos. Faça corrida no parque. Fale com sua psicóloga, fale com Deus, com o universo… pinte-se de artista.

Converse sozinho, papeie com seu cachorro, solte um grito pro céu, mas não se cale. Pois “se você engolir tudo o que sente, no final você se afoga”.

Que seus dias sejam de muitos diálogos!

Psicóloga Larissa Pedrosa Rossiter CRP:15/4256

Instagram: @psilarissarossiter