Paralisação de 24h dos profissionais das Forças de Segurança tem panfletagem na Fernandes Lima

Os profissionais das Forças de Segurança realizaram grande ato público na Praça Centenário, na manhã desta terça-feira (25), na paralisação de 24 horas contra a reforma da Previdência, PEC 06/2019. Para esclarecer os prejuízos com a reforma, as categorias realizaram panfletagem na Avenida Fernandes Lima.
Na mobilização, ao questionar o discurso do governo federal, o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, destacou que os operadores da Segurança Pública fazem sacrifícios todos os dias, arriscando a vida para combater as facções criminosas e prestar segurança pública à população. Disse que os policiais da ativa e aposentados serão afetados com o aumento da alíquota previdenciária para 14%, podendo chegar a 22%, além da redução da pensão por morte.
Pela perspectiva de vida de até 58 anos, alertou que o policial civil não terá condições de trabalhar com 65 anos de idade, ressaltando que já é uma vitória quando o policial consegue se aposentar com 30 anos de contribuição previdenciária. “Não vamos aceitar a retirada de direitos”, revelou, informando sobre a mobilização no dia 2 de julho em Brasília.
O presidente do Sindguarda, Carlos Pisca, disse que, com a reforma da Previdência, os guardas municipais terão que contribuir por 40 anos e ter idade mínima de 65 anos, para ter integralidade. Enfatizou a luta pelo reconhecimento da atividade de risco e aposentadoria especial dos guardas.
Na mobilização, José Menezes, coordenador do Núcleo Alagoano de Auditoria Cidadã da Dívida e professor de Economia da Ufal, revelou a preocupação com o empréstimo externo pelo governador de Alagoas, explicando o percentual de 13%, no valor de R$ 660 milhões, da receita do Estado, que é destinado ao pagamento da dívida pública. De acordo com ele, parte dessa dívida se deve aos empréstimos concedidos aos usineiros, que acabaram falindo o Produban. O pesquisador destacou que Alagoas caminha para novo colapso igual ao ano de 1997.
O diretor de Planejamento do Sindpol, Stélio Pimentel Jr, chamou a atenção quanto a retirada de direitos da classe trabalhadora com o aumento da idade mínima para aposentadoria, a redução das pensões por morte e dos benefícios sociais, quando o governo federal deveria cobrar a dívida das grandes empresas. Disse que a população está vendo seus direitos retirados em benefício ao sistema financeiro.
A mobilização contou com a organização do Sindpol, do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Alagoas (Sinprf), Sindicato dos Guardas Municipais (Sindguarda) e do dirigente do Sindicato dos Peritos Oficiais de Alagoas (Sinpoal).
A paralisação nacional de 24 horas dos profissionais da Segurança Pública foi convocada em todo o país pela União dos Policiais do Brasil (UPB) e deliberada pelas categorias em todo o país.
Suspensão dos serviços
Na paralisação de 24 horas, o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, orientou a categoria suspender a confecção de Boletins de Ocorrências, Termos Circunstanciados de Ocorrência e operações policiais, mantendo apenas o flagrante.