Por Imprensa (sexta-feira, 28/10/2016)
Atualizado em 28 de outubro de 2016
Os policiais civis realizaram o enterro simbólico da segurança pública na orla marítima de Maceió na quinta-feira (27).
Com cruz e caixão, a categoria saiu em caminhada pela orla da Ponta Verde para denunciar a violência. O sepultamento da segurança fez alusão ao descaso do governo do Estado, que não valoriza, não investe na categoria e deixa a segurança pública ‘morrer’ em Alagoas.
Na marcha fúnebre, os policiais civis denunciaram que estão com os coletes balísticos vencidos e mais de 600 presos permanecem nas delegacias insalubres de Alagoas. O governo do Estado também não reconhece o risco de vida dos policiais civis, que arriscam suas vidas para proteger a população.
A manifestação recebeu aplausos da população. Os moradores parabenizaram a iniciativa do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) e destacaram que não aguentam mais com tanta violência. Uma da moradora chegou a dizer que tem vergonha dos políticos alagoanos.
Com os panfletos, a categoria denunciou a lista de maldades do governo e o número de 3.175 homicídios em apenas 21 meses no Estado. Policiais entregaram o adesivo “Governo sem palavra, povo sem segurança” que está incomodando o governo.
Resposta
Enquanto os policiais civis realizavam o protesto, o governador Renan Filho participava de evento. Ao ser questionado sobre a manifestação, disse apenas que não devia nada à categoria. O presidente do Sindpol, Josimar Melo, rebateu a mensagem do governador e disse que o governo está se escondendo da categoria e da população. Lembrou que com a reforma fiscal, que aumentou impostos, gasolina, alimentos, internet, o Estado tem em caixa mais de R$ 1 bilhão, mais do que o suficiente para atender as reivindicações dos policiais civis e dos servidores públicos. “O governo tem uma dívida social com os policiais civis. É preciso que ele apresente uma proposta decente aos policiais civis que contemplem as necessidades da categoria.
Mobilização
Os policiais civis reivindicam o cumprimento da pauta de negociação que contém 23 itens. Entre os pleitos, o reajuste do piso salarial, a revisão do Plano de Cargos, Carreira e Subsídios (PCCS), o pagamento de risco de vida e de insalubridade, o fim do desvio de função que é a custódia de preso, o plano de saúde mantido pelo Estado, entre outros. Até o momento o Governo de Alagoas não concedeu nenhum desses itens à categoria.
A categoria também repudia a falta de verdade do governador que diz que os policiais obtiveram conquistas, quando, na verdade, vem retirando direitos conquistados nos governos anteriores. “O Governo deve 1,4% do IPCA de 2015, 10,48% de 2016 e pagamento retroativo das progressões, bem como não reconhece o risco de vida dos policiais civis. Além disso, os policiais estão com coletes balísticos vencidos, e as delegacias são precárias, insalubres e superlotadas de presos”, revela o sindicato.
Assembleia geral
Na próxima segunda-feira (31), os policiais civis voltarão a se reunir em assembleia geral, a partir das 13 horas, no auditório dos Urbanitários para avaliar a mobilização e definir novas atividades.