Por Imprensa (sábado, 16/05/2020)
Atualizado em 16 de maio de 2020
A fundação do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) se inicia com a assembleia geral que transformou a Associação dos Guardas Civis de Alagoas, em 16 de maio de 1990, em um Sindicato. A partir daí nascia um dos mais importantes sindicatos do Brasil com histórico de lutas e conquistas inigualável para uma categoria.
Para marcar os 30 anos de fundação, os três ex-presidentes e o atual presidente do Sindpol, da Unidade Policial, Ricardo Nazário, concederam depoimentos que contam as dificuldades, as lutas e as conquistas da categoria dos policiais civis de Alagoas.
Um dos fatos mais marcantes da história do século passado em Alagoas, que dá um novo significado aos alagoanos, é a participação da diretoria do Sindpol no 17 de julho de 1997, que uniu sindicatos, servidores e policiais militares pela derrubada do governador Divaldo Suruagy, que, na época, havia transformado Alagoas em um verdadeiro caos, com atraso de oito meses de salários, sucateamento dos serviços públicos e da economia local.
Autoestima
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, ressalta a importância e a responsabilidade de estar à frente de um sindicato reconhecido em Alagoas e no Brasil; não apenas para a categoria de policiais civis, como também de “outras categorias que reconhecem a força e a história do Sindpol-AL”, disse.
O dirigente ressalta as conquistas, como a luta pela implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios (PCCS), que vem sendo copiado por outras categorias, além do nível superior, a verba de alimentação, adicional noturno e reajuste salarial. Ricardo Nazário cita que a maior conquista é o resgate da autoestima do policial civil. “O resgate do policial se sentir protegido. Ele sabe que não está sozinho e que tem um sindicato que o apoia em todos os momentos. Essa foi a minha primeira preocupação e meta ao assumir o Sindpol-AL”, revela.
O presidente do Sindpol faz agradecimento a todos os diretores das gestões passadas e da atual, os quais contribuíram e contribuem para solucionar as demandas de quase três mil policiais civis entre ativos e aposentados. “O governo do Estado não para de atacar os direitos dos policiais. Hoje estamos lutando para manter o que conquistamos. É muito difícil está à frente de um sindicato que tem grande responsabilidade social e representatividade”, disse.
De acordo com ele, uma das preocupações foi o apoio aos familiares dos policiais. “Sentíamos que os familiares, pensionistas, aposentados e ativos precisavam mais de nosso apoio”, disse, informando que policiais civis podem confiar em seu sindicato. “O Sindpol está do seu lado. Nunca vai abandonar o policial civil. São 30 anos de muita história. Também agradeço a todos os funcionários que abraçam e vestem a camisa do Sindpol nesses 30 anos”.
Falta de estrutura
Ao assumir o Sindpol, em 1996, o José Carlos Fernandes Neto, o Zé Carlos, presidente eleito na época, relata a falta de estrutura e condições do Sindicato. “Conseguimos superar isso. A nossa maior conquista é a melhoria salarial, mas isso está atrelado ao avanço da consciência política dos policiais civis, que entenderem a importância da luta na rua para que a vida possa melhorar. Também é fundamental avançar com outras categorias”, disse.
O Sindpol se destaca no Brasil a fora. Zé Carlos enfatiza a grande batalha durante muitos anos para a conquista do PCCS que atrela a formação e o tempo de serviço do policial civil. “Isso faz com que o policial avance na carreira policial e que ele tenha uma melhoria salarial”.
Insensibilidade do governo
O Delegado Sindical do Sindpol, Carlos Jorge da Rocha, quando presidente do Sindpol, revelou que a primeira dificuldade é a insensibilidade dos governos nas negociações. “Lamentavelmente, eles não querem dar aumento aos policiais civis. A mobilização dos policiais civis é importante nessa hora”, lembra.
De acordo com o dirigente, o fato que marcou os 30 anos é o 17 de Julho de 1997. “O cenário era de um governador que não queria negociar, atrasando salários”, disse, acrescentando que muitas vezes, os delegados pressionavam para que os policiais civis, em paralisação, voltassem ao trabalho.
Outras conquistas importantes foram o nível superior, a aposentadoria especial e reestruturação dos cargos da Polícia Civil, como policial carcereiro, agente policial motorista, policial feminina, fiscal de guarda, escrevente, que passaram a fazer parte dos cargos de agente policial e escrivão de polícia.
O policial civil Josimar Melo, ex-presidente do Sindpol, parabeniza todos os policiais civis nesses 30 anos de fundação. “Durante minha gestão, enfrentei dificuldades nas ocupações do Porto de Maceió, a ameaça de demissão aos policiais em estágio probatório, e com a união dos três poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) contra os policiais civis nas paralisações”, disse.
“O 17 de Julho marcou a história, como também a prisão de sete policiais civis, que também fui detido”, quando participávamos de uma atividade de greve. Tivemos aumento de subsídio. Conquistamos o PCCS. Também foi realizado o concurso para Polícia Civil, pagamento de bolsa, implantação da cota de 400 mil para pagamento dos retroativos das progressões. Conseguimos derrotar a reforma de Previdência do Temer. O Sindpol é de luta, independente financeiramente e politicamente de qualquer governo”, afirma.