Por Imprensa (segunda-feira, 17/09/2012)
Atualizado em 17 de setembro de 2012
O agente de Polícia alagoano Evandro Aranda foi o responsável técnico pelo projeto de aperfeiçoamento de sistemas de gestão da informação da Polícia Civil, que ficou em primeiro lugar na Secretaria Nacional de Segurança Pública. Ao todo, foram apresentadas 33 propostas em todo o país.
Após quase um mês de dedicação e muito estudo, o resultado foi a proposta de número 037344/2012 “Produção Qualificada em Segurança Pública na Polícia Civil”, que aperfeiçoará o tratamento dos dados da Polícia Civil alagoana. A instituição policial terá um retorno de R$ 426.544,00 que serão investidos no período de dezembro de 2012 a dezembro de 2014, na qualificação dos policiais civis e na produção dos dados.
A proposta “Produção Qualificada em Segurança Pública na Polícia Civil” irá implementar e fortalecer o núcleo de estatística e pesquisa, gerando informações capazes de subsidiar os processos gerenciais, bem como programas, planos e projetos na área da segurança pública.
Aranda ficou um mês na Gerência de Estatística e Análise Criminal da Delegacia Geral, quando soube do Edital da Senasp 08/12. Ele informou que várias pessoas contribuíram com o projeto, mas em destaque, Álvaro José, que realizou a cotação de todos os equipamentos.
O policial explica que a proposta ressalta a importância dos dados para que eles realmente façam diferença nas vidas das pessoas. “Muitos boletins de ocorrência apresentam informações incorretas e incompletas no sistema do SISPOLWEB, que é alimentado por policiais civis nas delegacias”. Ele esclarece que a precariedade de trabalho, a falta de acesso à internet, entre outros problemas, dificultam a qualidade dessas informações . “A ideia é que a informação chegue com velocidade e qualidade, pois, atualmente, esses dados não são tratados”.
O projeto visa a qualificação, não só para a melhoria da informação estatística, mas para um diagnóstico dos processos de trabalho da Polícia Civil. “É meta de o projeto ter parceria para fomentar a segurança pública, realizar análise, compartilhar essas informações para a comunidade acadêmica, movimentos sociais e a Polícia Civil. A ideia é criar conhecimento. Se tudo estiver certo, no futuro próximo, teremos dados confiáveis que fomentarão as pesquisas sobre segurança pública”, opina.
Recursos
Setenta por cento dos recursos financeiros serão usados para capacitar pessoas que ajudarão a tratar os dados. “Como o governo pretende implantar as áreas integradas de segurança pública, o objetivo é que essas pessoas sejam treinadas para que essas informações cheguem tratadas com qualidade”.
Para o aperfeiçoamento, serão realizados quatro cursos que vão ser ofertados para o pessoal que trabalha na área de informação: cursos de estatística básica, Pentaho (software livre para tratamento de dados), BPM (Gerenciamento de Processos de Negócios), PMBok (Gerenciamento de Projetos).
Frustração
Apesar do seu sucesso, em pouco tempo na Gerência de Estatística, Evandro Aranda foi exonerado da função. “Eu me sinto frustrado. Esforcei-me sem nenhum interesse e nem retorno. Qual foi o reconhecimento? Tiraram a gerência. Quero deixar claro que a questão não é a gerência, mas qual é a explicação? Por que um policial não pode ser gerente? O meu trabalho foi reconhecido pelo Ministério da Justiça, mas localmente não”, desabafa.
Evandro Aranda, que é Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos e Pós-graduando em Gestão e Políticas em Segurança Pública da Estácio, faz parte da Comissão de Planejamento e Projetos. Segundo ele, apesar de ter sido criada, a Comissão ainda é relativamente recipiente. “Não é uma gerencia que tem coordenação. Na verdade, são pessoas que têm afinidade com projetos”, resumiu.