Por Imprensa (sexta-feira, 25/02/2011)
Atualizado em 25 de fevereiro de 2011
Em novo estudo sobre a violência no Brasil, do Instituto Sangari – mostrando a evolução dos homicídios entre 1998 e 2008 – Alagoas volta a liderar os dados sobre mortes violentas. Os números são assustadores e mostram que o Estado ainda é o pior lugar do Brasil para um jovem viver. Se quiser viver.
Em 2008, Alagoas tinha a maior taxa de assassinatos entre jovens: 125,3 para cada 100 mil jovens. O Espírito Santo era o segundo, com 120 por 100 mil.
Maceió é a capital mais violenta do Brasil com 251,4, seguida por Recife, 211,3.
Segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Ministério da Justiça, o homicídio é a principal causa de morte de jovens entre 15 a 24 anos no Brasil.
Elaborado pelo Instituto Sangari, o estudo “Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil” mostra que entre 1998 e 2008 o homicídio foi a causa da morte de 39,7% dos jovens no Brasil. Na população adulta, 1,8% dos óbitos foi causado por homicídios.
“Os índices nos deixam muito além do que gostaríamos que estivesse ocorrendo”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, que coordenou o estudo, afirmou que a situação no Brasil é “epidêmica”. “A taxa de homicídios entre jovens está três vezes acima da média internacional. Ainda é muito elevada se levarmos em conta o contexto externo”, explicou.
O estudo tem como fonte os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. No mapa, foram adotadas as definições da Organização Pan-Americana de Saúde ((OPS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), nas quais o período da juventude vai dos 15 aos 24 anos.
Segundo o estudo, a taxa de mortalidade da população brasileira caiu de 633 em 100 mil habitantes, em 1980, para 568, em 2004. Apesar disso, a taxa de mortalidade juvenil manteve-se praticamente inalterada ao longo do período, registrando um pequeno aumento. Passou de 128, em 1980, para 133 a cada 100mil jovens, em 2008.
De acordo com o estudo, as epidemias e doenças infecciosas , principais causas de morte de jovens há cinco décadas, foram gradativamente substituídas por “causas externas”, tais como acidentes de trânsito e homicídios.
Blog do Odilon – Priscylla Régia/Alagoas24Horas/Arquivo