Setembro Amarelo: Saúde mental também é questão de segurança

O Setembro Amarelo é a maior campanha de prevenção ao suicídio no Brasil e no mundo. Seu objetivo é quebrar o tabu em torno do tema, combater preconceitos e incentivar o cuidado com o bem-estar emocional e a saúde mental.
Falar sobre suicídio é fundamental. O silêncio e a desinformação dificultam a identificação dos sinais de alerta, atrasam o apoio necessário e, muitas vezes, impedem que vidas sejam salvas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo. No Brasil, são cerca de 14 mil registros anuais, o que significa uma média de 38 mortes por dia. Entre os profissionais da segurança pública, os dados também preocupam: segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023 110 policiais militares e civis da ativa tiraram a própria vida.
Saúde mental e a realidade policial
A natureza da função policial é uma das mais desafiadoras da sociedade. A sobrecarga de trabalho, a exposição constante ao risco, a pressão social e a lógica de “combate ao inimigo” colocam os policiais em situações de estresse intenso e contínuo.
Esse cenário cria uma identidade policial que transmite a ideia de que o profissional precisa estar sempre pronto para qualquer situação, suportando condições extremas sem fragilidade. Porém, essa visão reforça o isolamento emocional e agrava o sofrimento psíquico.
Diante do risco de suicídio, existem protocolos específicos para policiais, que incluem desde afastamento da função até restrição de acesso a armas de fogo. Para fortalecer esse cuidado, o Governo Federal criou recentemente o programa Escuta Susp, voltado aos servidores da segurança pública, oferecendo atendimento psicológico on-line com profissionais especializados.