Por Imprensa (quinta-feira, 6/01/2011)
Atualizado em 6 de janeiro de 2011
O movimento dos servidores públicos em greve está “amarrando” uma nova proposta salarial de todos os segmentos do funcionalismo, para apresentar nas próximas horas ao governo do Estado, a fim de chegar a um acordo e acabar com a greve que atinge diversas categorias civis e militares. O presidente estadual da CUT, Izac Jackson, disse no início da noite desta terça-feira (31) ao Tudo na Hora que a nova proposta está “90% encaminhada”, faltando apenas detalhamentos finais por algumas entidades, como o Sindicato dos Policiais Civis.
Quanto à Polícia Militar e Combeiros, o presidente da Associação dos Oficiais Militares, major Wellington Fragoso, disse que nas reuniões com representantes do governo, “eles já aceitam alguns avanços que os sindicatos propõem”. O governo do Estado não confirma essas informações. Por enquanto, a posição do Palácio é a mesma: espera até esta quarta-feira, dia 1º, a aceitação pelos sindicatos da proposta de reajuste linear de 7%, em duas parcelas (maio e novembro), caso contrário será implantado o reajuste fixado anteriormente, de 5,91%, também em duas parcelas.
“Esse índice de 7% em duas parcelas já foi rejeitado”, disse Izac Jackson. “Nós temos nos reunido com o governo, mas há pouco avanço”, informou. “Agora estamos unificando uma proposta que vamos apresentar para o governo, para acabar com a greve e avançar nas questões específicas de algumas categorias”. Segundo Jackson, dos sete pontos dessa proposta (que ele preferiu não revelar por enquanto), seis estão consolidados entre os sindicalistas, “e estes não encontram muita resistência no governo, faltando só a questão do reajuste de agora, de maio de 2011”.
Faltas e punições
O presidente da CUT disse que o movimento não abre mão de outros dois pontos para chegar a um acordo: “abono das faltas [isto é, pagamento dos dias parados] e não punição dos grevistas civis e militares”.
Indagado pelo Tudo na Hora se a exigência de não punição incluiria os manifestantes identificados na depredação ao prédio da Secretaria da Fazenda – quando até câmeras de segurança interna foram quebradas -, Izac Jackson argumentou que questões isoladas serão resolvidas separadamente, “e todos devem ter o direito de defesa”. “Um acordo, se for alcançado, pressupõe que as coisas estão resolvidas. A CUT, por princípio, não fecha acordos aceitando desconto de dias parados e punições. Todo movimento grevista tem incidentes, e por isso os casos isolados devem ser tratados separadamente do conjunto”.
Até meio-dia
O presidente da CUT disse que, depois que as propostas forem deliberadas pela liderança unificada do movimento, eles esperam uma resposta do governo até o meio-dia desta quarta-feira. “Se não houver resposta, o indicativo é de greve geral de 48 horas e manifestações de protesto na quarta, quinta e sexta-feira”, avisou.
Tudonahora – Plínio Lins