Por Imprensa (quinta-feira, 25/03/2021)
Atualizado em 25 de março de 2021
Preocupada com a saúde mental e física dos escrivães de Polícia, o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) acionará o Ministério Público do Trabalho para providências sobre o trabalho excessivo desses profissionais.
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, informa que o Sindicato já tratou do problema com a Assessoria Jurídica da entidade sindical. “Os escrivães da Polícia denunciam, há muito tempo, a carga excessiva de trabalho, o acúmulo de trabalho, a falta de profissionais da área e de normatização por parte da Polícia Civil no dia a dia do trabalho da categoria”, revela.
O dirigente sindical relata a preocupação de empresas quanto aos outros profissionais, a exemplo dos bancários, que os bancos adotam condições de trabalho, como cadeira ergonômica e período de descanso, entre outras medidas que visam preservar a saúde dos profissionais. “Na Polícia Civil, não é normatizado o trabalho. Por conta do esforço repetitivo, aliadas às precárias condições de trabalho, muitos escrivães estão desenvolvendo síndrome do esforço repetitivo (LER), dores nas mãos, nas costas e nos punhos; cansaço físico e mental, estresse, além de depressão e crise de ansiedade”, denúncia.
“A diretoria do Sindpol acionará o MPT no intuito de que a Polícia Civil normatize a atividade dos escrivães, no seu dia a dia. Por exemplo, na Central de Flagrantes, assim que um escrivão termina um flagrante, o qual exige atenção e conhecimento, já tem outro em seguida para fazer. “Não há uma norma para uma pausa, um momento de descanso da mente para começar outro procedimento policial”, afirma Ricardo Nazário.
O presidente do Sindpol informa que o problema já foi ponto de pauta do Sindicato com o Delegado Geral, o qual alegou a falta de servidores para amenizar a situação. “Para o Sindpol, a questão não é somente a falta de efetivo e as condições de trabalho, mas também falta de normatização para o desenvolvimento do dia a dia do trabalho dos escrivães, tanto relativo aos seus superiores, para que entendam as questões que a profissão exige e o corpo do profissional precisa”, disse.
“Imagine um escrivão passar um tempo para confeccionar um flagrante, em seguida, já tem outro flagrante. Sem descanso, sem pelo menos levantar e descansar a mente e o corpo, o escrivão tem que continuar com o trabalho. Isso é exaustivo e desumano. Sendo pressionado pelo seu superior para que desenvolva rápido o trabalho ou minimizar uma demanda acumulada, por carência desse profissional nas delegacias, ele acaba adoecendo”.
Ricardo Nazário destaca que o Sindpol está preocupado com essa carga excessiva dos escrivães. “Temos essa preocupação com o ser humano, com o trabalhador e com o servidor. Com essa pressão, os procedimentos policiais não sairão corretamente por conta do desgaste”, revela.
Solidariedade dos Agentes
A diretoria do Sindpol orienta os agentes de polícia, que compreendam a situação e estejam sempre dispostos a ajudar o colega escrivão no desenvolvimento dos trabalhos.