Por Imprensa (segunda-feira, 9/09/2013)
Atualizado em 9 de setembro de 2013
A falta de estrutura física e a superlotação na Central de Flagrantes farão parte da pauta da assembleia geral do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), que será realizada na próxima quarta-feira (11). Enquanto isso, o sindicato aguarda a solução do problema até antes da realização da assembleia, caso o governo não tome as medidas cabíveis para resolver o problema, a indicação do sindicato é paralisar as atividades na Central de Flagrantes.
O presidente do Sindpol, Josimar Melo, esclarece que a entidade sindical não defende o modelo de centralização dos trabalhos da polícia, como é o caso da Central de Flagrantes, mas que não irá aceitar aquelas condições desumanas que são impostas à categoria, à população e aos presos. Para o sindicato, todos os trabalhos da Polícia Civil deverão ocorrer nas distritais de polícia e com funcionamento 24 horas.
Na manhã desta segunda-feira (09), o Sindpol se reuniu com os delegados plantonistas, representados pelo delegado Odemberg Paranhos, para definir alternativas aos problemas. Os delegados decidiram elaborar um documento à Delegacia Geral, expondo a situação da Central e solicitando a interdição da carceragem, que se encontra com 28 presos, divididos em três xadrezes, cada um com uma área de 2 metros quadrados. O documento também será encaminhado ao Ministério Público e à Delegacia do Trabalho.
Situação da Central de Flagrantes
Inaugurada há dois meses, a estrutura da Central de Flagrantes chegou ao caos. São 28 presos em três celas. Com a superlotação, a rede de esgoto entrou em colapso com vazamentos e infiltrações infecciosas pelos recintos do térreo do prédio. Cartórios e outras repartições foram interditadas. O local se tornou insalubre e inseguro para os policiais civis, presos e população.
A carceragem, que deveria funcionar de forma provisória, virou permanente. É comum chegar, diariamente, menores, mulheres e presos de alta periculosidade. Para os detentos tomarem banho, os policiais precisam colocar uma mangueira por uma abertura nas celas, que acaba comprometendo ainda mais a estrutura física do prédio.
Além da falta de estrutura física, a Central de Flagrantes possui um efetivo reduzido de apenas 25 policiais civis diário com dois delegados plantonistas. Esse pessoal é responsável pela instauração de boletins de ocorrências e flagrantes de toda a Grande Maceió que comporta uma população de um milhão e meio de habitantes de 11 municípios, em uma área que vai da Barra de Santo Antônio, passando por Messias e Rio Largo, até a Barra de São Miguel.
Antiga Central está superlotada e insalubre
Dois policiais civis da Central de Flagrantes foram enviados para a custódia de presos na antiga Central de Polícia, localizada Praia do Sobral. Atualmente, a antiga Central está com 14 presos, destes quatro estão feridos. Eles reclamam da falta de alimentação e de atendimento médico.
O vice-diretor de Comunicação do Sindpol, Jorge Luiz, destaca que o local é inapropriado para os policiais e detentos. A Polícia Civil disponibilizou aos policiais civis apenas uma sala sem mobília e sem ar condicionado com um colchão velho próxima à carceragem. No local, há lixos e motos velhas, vazamento de esgotos que podem trazer sérios problemas de saúde à categoria e à população.
Assembleia geral dos policiais civis
Os policiais civis estarão reunidos em assembleia geral, na próxima quarta-feira (11), a partir das 14 horas, no auditório do Sindicato dos Urbanitários, para decidir sobre o indicativo de greve.
O Sindpol vem negociando com o Governo do Estado a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios (PCCS) há mais de dois anos. A proposta do PCCS já foi formulada entre o Sindpol e a Secretaria de Gestão Pública (Segesp), mas barrou no impacto financeiro do realinhamento das carreiras dos policiais civis. A categoria não aguenta mais esperar e quer uma proposta do governo do Estado.
O Sindpol voltará a se reunir com o secretário de Gestão Pública, Alexandre Lajes, na manhã desta terça-feira (10), na Segesp.
Outro assunto da pauta é a superlotação e as precárias condições de trabalho nas delegacias de Alagoas, como é o caso da Central de Flagrantes, que os problemas serão levados para deliberação da categoria.
Por Josiane Calado – Sindpol/AL