Por Imprensa (quarta-feira, 9/05/2012)
Atualizado em 9 de maio de 2012
O governo do Estado não apresentou as propostas de Piso Salarial dos Policiais Civis e do Plano de Cargos, Carreira e Subsídios. A situação exige maior participação da categoria. O Sindpol convoca a categoria para participar da assembleia geral que será realizada, na próxima sexta-feira (11), às 9 horas, no auditório do Sindicato que fica localizado na Rua Cincinato Pinto – Centro.
Na assembleia, os policiais civis também deliberarão sobre o indicativo de greve, definirão as ações de mobilização e escolherão os delegados que irão participar do Congresso Estadual da CUT e do Congresso Nacional da CUT.
O diretor Financeiro do Sindpol, Antonio Zacarias, explica que Alagoas detém a maior disparidade salarial de uma mesma categoria no Brasil. Ele informa que os salários dos policiais civis e escrivães representam menos de 15% da remuneração dos delegados. “O salário dos policiais também é o menor do Estado para nível superior”, revela.
A categoria está quase há um ano negociando o Piso salarial e o Plano de Cargos, Carreira com o governo. Uma nova rodada de negociação com o secretário de Gestão Pública, Alexandre Lajes, foi agendada para o dia 17 de maio.
O Sindpol também publicou nota informando os motivos da categoria apontar a greve como o único instrumento visando à recuperação dos serviços públicos. Veja a nota abaixo:
MANIFESTO DO SINDPOL/AL
Por condição de trabalho, manutenção dos serviços públicos e fim da corrupção
Há cinco anos, que o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (SINDPOL-AL) trava uma incansável negociação com o governo de TEOTÔNIO VILELA FILHO (PSDB) por política de valorização profissional dos policiais civis.
A proposta do sindicato é o PLANO DE CARGOS E CARREIRA e o PISO SALARIAL que visam melhorar a qualidade do atendimento à sociedade. Mas infelizmente, o que existe de concreto é o sucateamento perverso da segurança pública do Estado de Alagoas. Prova disso são delegacias desestruturadas, insalubres, superlotadas de presos e sem condição de atendimento, como exemplo, o 3º Distrito Policial e as delegacias regionais de Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios, Matriz de Camaragibe, União dos Palmares, entre outras.
O Instituto Médico Legal (IML) de Maceió virou uma piada governamental com as promessas de reformas e de construção de uma nova sede, que nunca saíram do papel. Enquanto isso, Alagoas virou referência mundial em índice de assassinatos. Mais de 11 mil homicídios em cinco anos no Governo Téo. O Estado não oferece condições para realização de perícia e de investigação. O número de policiais é insuficiente para atender todas as cidades de Alagoas. O último concurso aconteceu há mais de dez anos.
O governo ainda tem reduzido, sistematicamente, o acesso da população às delegacias. Criou a Central de Policia de Maceió em um local que não disponibiliza de linha de ônibus e é distante da maioria dos bairros. E a situação tende a piorar. Recentemente, a Secretaria Estadual de Defesa Pública apresentou um projeto que acaba com todas as delegacias de polícia. O objetivo do governo é reduzir as delegacias regionais em 25 Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP), e as distritais em subáreas, o que impossibilitará o acesso da população à Polícia Civil.
Poderes – A parceria celebrada entre os poderes – Executivo, Judiciário, Legislativo e Ministério Público – apenas garante até agora o sucateamento e o fim dos serviços públicos no Estado de Alagoas; em troca, esses poderes são atendidos em seus anseios financeiros.
Corrupção – As denúncias de corrupção desenfreada em Alagoas são comuns e chegam a mais de R$ 1 bilhão. Até a Secretaria de Defesa Social foi alvo, veja a relação abaixo:
– Operação Espectro (Segurança de Defesa Social): R$ 300 milhões;
– Operação Navalha: 14 milhões;
– Operação Taturana: R$ 300 milhões;
– Operação Rodoleiro: R$ 100 milhões;
– Locação de Veículos: R$ 29 milhões;
– Locação do Helicóptero: R$ 5 milhões. A empresa beneficiada é a mesma que foi utilizada na campanha do governo;
– Reformas das Escolas sem licitação: 47 milhões;
– Pagamento antecipado de dívida ao Paraná: 106 milhões (Letras Financeiras – as letras podres);
– Reformas nas delegacias de Alagoas sob suspeitas;
– Incremento de R$ 1 bilhão no orçamento do Estado para beneficiar apadrinhados políticos do Governo.
Os policiais civis, cansados desse processo perverso de destruição dos serviços públicos e da ausência total de uma política de valorização profissional, apontam a greve como o ultimo instrumento de luta para o Estado de Alagoas sem corrupção e que recupere e valorize seus servidores públicos concursados.
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