Por Imprensa (quinta-feira, 6/12/2018)
Atualizado em 7 de dezembro de 2018
O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) denunciou a situação de caos sem os terceirizados, que prestam serviços de limpeza e cozinham comida para os presos nas delegacias de Alagoas, devido à falta de pagamento pelo Governo do Estado. O Sindpol realizou ato público em frente à Central de Flagrantes, na manhã desta quinta-feira (06).
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, esteve ontem (05) no setor financeiro da Polícia Civil de Alagoas, e foi informado, que devido aos gastos com a manutenção das delegacias, o orçamento da Polícia Civil não foi suficiente para pagamento das empresas terceirizadas. A Delegacia Geral solicitou crédito suplementar para pagamento dos meses de agosto e setembro, e aguarda liberação do Governo do Estado.
Ricardo Nazário informa que o Governo do Estado realizou abertura de crédito suplementar de R$ 30 milhões para a Assembleia Legislativa, de R$ 16 milhões para o Tribunal de Justiça e de R$ 10 milhões para o Tribunal de Contas pelo Governo do Estado. Em publicação no Diário Oficial, revela que houve superávit na arrecadação financeira. “Se houve excesso financeiro para os poderes, por que não pagam os trabalhadores terceirizados, que prestam serviços à Polícia Civil”.
Por falta de dinheiro, as empresas deram férias coletivas aos terceirizados, ficando as delegacias sem o pessoal de limpeza das delegacias e cozinheiro para os presos. Na Central de Flagrantes, a empresa que fornece o café da manhã para os detentos também suspendeu o serviço.
“Os policiais civis estão com receio de motim, que os presos se rebelem por falta de alimentação, além da problemática da falta de limpeza. A categoria já possui a atribuição de investigação policial, sofre com o desvio da função com a custódia de preso, e agora o governo quer que eles sejam faxineiros e cozinheiros. Isso é absurdo o que esse governo faz com os policiais civis”, reclama o presidente do Sindpol.
Na manifestação, o 1º secretário do Sindpol, Bartolomeu Rodrigues, ressalta que os policiais civis precisam ser respeitados. “Esse ato também é em solidariedade aos prestadores de serviços que talvez nem terão uma ceia de Natal com sua família. Enquanto isso, o Governo do Estado presenteia os poderes com milhões que sobraram do orçamento”.
Para o vice-diretor de Comunicação do Sindpol, Vicente Higino, a falta de pagamento dos funcionários das empresas prestadoras de serviços é uma afronte, principalmente, ao ser humano. “Sabemos pelo Diário Oficial deste mês de dezembro, que vários órgãos e instituições, que fazem parte da esfera, receberam suplementação orçamentária e aumento do duodécimo para 2019. Estão com dinheiro sobrando nos cofres do Estado de Alagoas. Governador pague os prestadores de serviços”, afirma.
Mostrar a sociedade que o Sindpol não está de braças cruzados disse o diretor de Comunicação, Edeilto Gomes, sobre o ato. “A manifestação revela que os polícias estão sofrendo em razão do descaso da segurança pública. O policial já tem o desvio de função com a custódia de presos e agora terá que realizar a higienização das delegacias”, questiona.
A policial civil Rosângela Rêgo informa que desde de segunda-feira (03) que a delegacia não é limpa pela empresa terceirizada. “A situação se agravou tanto que foi necessário interditar os banheiros destinados à população”.