Por Imprensa (terça-feira, 9/01/2018)
Atualizado em 10 de janeiro de 2018
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), Ricardo Nazário, provou que não abriu a carceragem da Delegacia de União dos Palmares, e a investigação de suposto crime de desacato foi arquivada pelo delegado Guilherme Martins Yusten na audiência de apuração, realizada na segunda-feira (08).
O Ofício nº 200/2017/GD-11º DRP do delegado ao Gerente de Polícia Judiciária da Área 2 originou o inquérito policial e a investigação na Corregedoria de Polícia contra o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário. O documento diz que o sindicalista havia tomado as chaves da carceragem da Delegacia de União dos Palmares de um agente administrativo e teria aberto as celas, colocando em risco todos na delegacia.
Contrariando a manipulação das informações do delegado de União dos Palmares, Ricardo Nazário mostrou as imagens da TV Pajuçara, que comprovaram que o agente administrativo abriu a carceragem. Na filmagem, é possível notar que o agente administrativo não foi coagido, conforme foi alegado pelo delegado no documento. O advogado do Sindpol Welton Roberto acompanhou o sindicalista na audiência e já está preparando ações judiciais contra o delegado, além do crime de denunciação caluniosa, e representação no Ministério Público o presidente do Sindpol irá entrar com ação de indenização contra o Estado de Alagoas.
Absurdo
Ficou clara a perseguição por parte do Governo do Estado em que utilizou de mentiras para prejudicar o presidente do Sindpol. A Delegacia Geral não deveria ter determinada a instauração de inquérito policial porque a própria Corregedoria de Polícia já estava investigando o caso.
“A pergunta que fica no ar é quantos alagoanos e policiais civis foram prejudicados por atitudes de maus profissionais”, revela o sindicalista, acrescentando que “é lamentável e muito triste a atitude de um delegado da Polícia Civil alagoana de perseguir o policial civil”.
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, entende ser um fato isolado, pois acredita que a maioria dos delegados são colegas de trabalho e companheiros do dia a dia, na luta diária contra a criminalidade e compreende que o Sindpol, fazendo as denúncias da falta de condições de trabalho ajuda a todos os policiais civis, agentes, escrivães e delegados, que refletem no ambiente adequado para população ser atendida. “Seria muito importante a atitude do Delegado Geral para nomear dois delegados especiais da Deic a fim de esclarecer os crimes que tiveram como vítimas policiais civis, como são os casos do policial José Santos e da policial Amélia Dantas, que até hoje estão impunes” opina.
A instauração do inquérito policial ficou clara a prioridade da Delegacia Geral, que deveria estar empenhada nos esclarecimentos de centenas de homicídios, que os familiares não conseguem resposta do Estado de quem matou seus parentes.
A Polícia Civil carece de efetivo e condições dignas de trabalho. Atualmente o déficit é de 3.000 pessoas na Polícia Civil. Dados da Delegacia de Homicídios, em Maceió mostram que 233 inquéritos estão sem identificação dos autores, de um total de 569 em 2017, ou seja 41%.
Os dirigentes do Sindpol investem esforços na denúncia à imprensa sobre as precárias condições de trabalho e a superlotação de presos nas delegacias, objetivando a melhoria das condições.
Nova perseguição
A perseguição ao presidente do Sindpol continua pelo Governo do Estado. Um novo procedimento foi aberto na Corregedoria de Polícia, e o presidente do Sindpol será ouvido nesta quinta-feira (11), às 11 horas. A Assessoria Jurídica do Sindpol está apurando sobre o teor do novo procedimento contra Ricardo Nazário.
Na quinta-feira (11), o Sindpol realizará ato público contra as perseguições ao presidente do Sindpol, a partir das 9 horas, em frente à Corregedoria de Polícia.