Por Imprensa (segunda-feira, 17/07/2023)
Atualizado em 17 de julho de 2023
O dia 17 de Julho de 1997, marcado pela derrubada do governo Suruagy, foi relembrado em ato público, realizado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), na tarde desta segunda-feira (17), no Centro de Maceió.
O ato contou com a presença de sindicatos e da CUT, relembrando a luta e união dos servidores públicos, dos policiais civis e militares na grande mobilização popular, conhecida como o 17 de julho, que é um marco na história de Alagoas, durante a maior crise econômica no Estado, com nove meses de salários dos servidores atrasados.
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, ressalta a importância de relembrar a data para que não se aconteça novamente em Alagoas. “Fica o recado para o atual governador, que é da família Suruagy. Os servidores públicos, policiais civis e militares e a população derrubaram um governador, deixando um exemplo para o Brasil”.
Recordando a época do 17 de Julho, o diretor de Comunicação do Sindpol, Edeilto Gomes, disse que quando um servidor chegava em uma loja, não podia comprar um produto, apresentando o contracheque, porque estava com salários atrasados.
O diretor do Sindpol Carlos Jorge da Rocha disse que antes do dia 17 de Julho, o Sindpol juntamente com o movimento dos servidores públicos já tinham realizado atos e ocupações no Palácio do Governo e na Assembleia Legislativa, cobrando os salários atrasados.
O professor Luiz Gomes, do Sinduneal, lembrou o caos na época em Alagoas, com o desmantelamento dos serviços públicos, com o banco alagoano Produban falido e privatizado, os usineiros sem pagar impostos, com mais de 20 mil servidores públicos que aderiram ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV), e a Ceal foi entregue ao governo federal. “Fica experiência de que Alagoas é uma terra de luta e não baixa a cabeça para o poder”, destacou o sindicalista.
A presidente da CUT, Rilda Alves, ressaltou que é luta de todos os dias dos sindicatos a valorização dos serviços públicos e dos servidores públicos, para que eles possam trabalhar com dignidade. “Foi um momento muito crítico, mas de coragem e altivez dos policiais e servidores que estavam nas trincheiras, defendendo suas famílias”.
O policial civil Stélio Pimentel Junior lembrou que antes de Suruagy, os governos de Fernando Collor e Geraldo Bulhões também ajudaram a criar o caos social e econômico. Ele citou Collor que fez o acordo com os usineiros, que deixaram de pegar ICMS. “Temos outros fatos que ameaçam do mesmo jeito. O atual governador não repassou a inflação do ano passado. Se a gente não se ligar e se prevenir, tudo volta a acontecer”, advertiu.