Por Imprensa (quinta-feira, 19/12/2024)
Atualizado em 19 de dezembro de 2024
O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) parabeniza o trabalho de investigação desenvolvido pelas equipes da delegacia de Homicídios, responsáveis pelas áreas que abrangem os bairros da Levada, Ponta Grossa, Bom Parto, Bebedouro, Chã da Jaqueira, Vergel, Centro e Trapiche. Essas equipes elucidaram os assassinatos do maior serial killer de Alagoas — Albino Santos de Lima – suspeito de cometer assassinatos em série de mulheres jovens em Maceió.
O chefe de Operações Ascânio Correia detalhou todo o processo de investigação que culminou na prisão do criminoso. Ele contou com o apoio da equipe do chefe de Operações também da Delegacia de Homicídios, Rosivaldo Barbosa, que atua na região de divisa das áreas da delegacia especializada.
O começo
“A investigação começou de forma desafiadora. A equipe foi comunicada de que a jovem Ana Beatriz, de 13 anos, sofreu disparos de arma de fogo efetuada por um homem na noite do dia 26 de agosto deste ano, na Avenida Rui Palmeira, no bairro da Ponta Grossa, às margens da Lagoa Mundaú. Ela foi levada às pressas para o Hospital Geral do Estado. A vítima faleceu logo ao chegar no hospital. Não foi possível localizar o local exato do crime para realizar perícia, o que dificultou a investigação”, conta o chefe Ascânio Correia.
O policial civil disse que a equipe estabeleceu uma relação de confiança com a família da jovem, que vive em extrema vulnerabilidade social, para entender os vínculos pessoais da vítima. “A família negou qualquer envolvimento de Ana Beatriz em relacionamento amoroso conflituoso, ameaça, briga recente ou atividade ilícita. Eles relataram não saber quem era o homem que a perseguiu e a assassinou”.
O trajeto
Com a inexistência de conflitos, as equipes refizeram todo o trajeto de Ana Beatriz, que havia saído de casa, na Vila Brejal, acompanhada pela irmã e amigas para um evento esportivo no bairro do Vergel. No retorno, as jovens foram abordadas por um homem desconhecido que, ao passar por elas, tocou no cabelo de Ana Beatriz. Ela demonstrou não ter gostado dessa atitude. De acordo com o depoimento de uma testemunha, o assassino deflagrou vários disparos contra a vítima. Tentando escapar, Ana Beatriz buscou abrigo em um estabelecimento comercial, mas continuou sendo atingida com os disparos de arma de fogo. Uma testemunha recolheu as cápsulas da pistola.
As imagens
O avanço na investigação ocorreu quando imagens do trajeto do suspeito começaram a ser coletadas pela Polícia Civil. “Foi possível identificar o horário da perseguição e o possível percurso do autor. Dias depois, a equipe teve acesso às imagens mais nítidas, que mostravam o suspeito seguindo as jovens de forma calma e discreta”, informa o policial civil.
Dando continuidade à investigação, os policiais ouviram professores e colegas de classe da jovem Ana Beatriz até obter a informação de que o assassino seria um ‘policial’. “A informação foi traduzida como importante, pois o autor poderia ser, ao invés de policial, um vigia de rua atuante nas proximidades. O quebra cabeça durou algumas semanas e, na análise comedida do caso, o chefe Rosivaldo Barbosa comparou as imagens de outras investigações de homicídios no Vergel, identificando a semelhança do autor com o suspeito que assassinou Ana Beatriz”.
Após as imagens serem divulgadas, os policiais civis receberam uma ligação de uma mulher pelo disque-denúncia. Ela informou que conhecia o suspeito e que ele já a havia assediado várias vezes. O suspeito trabalhava de segurança e seu pai era policial militar aposentado. “Diante dessas informações, as equipes conseguiram o pedido judicial de busca e apreensão no endereço de Albino Santos de Lima, que trabalhava como prestador de serviço na área de segurança e era contratado da Secretaria de Ressocialização do Estado”, informa o chefe.
A confirmação
O resultado da perícia confirmou que a arma apreendida com ele foi utilizada para assassinar Ana Beatriz, além disso o seu celular comprova que ele era um assassino em série de mulheres jovens e de seus companheiros que as defendiam. Albino Santos confessou que monitorava suas vítimas pelo Instagram, guardava em seu celular informações sobre os homicídios que cometia, anotava na agenda o dia das execuções das vítimas e costumava ir aos cemitérios para tirar selfies com a imagem dos túmulos das vítimas. As irmãs de Ana Beatriz também reconheceram o autor do homicídio contra a jovem.
Além do Ascânio Rodrigues Correia Junior, também participaram da investigação os agentes José Gustavo Braga Assis, Edlene Pereira de Pontes, José Henrique Ribeiro do Carmo e o escrivão Leonardo Carvalho.