Por Imprensa (domingo, 30/04/2017)
Atualizado em 30 de abril de 2017
A diretoria do Sindpol participou do protesto dos servidores do Judiciário Federal e do MPU, fortalecendo a luta contra as reformas em frente ao prédio das Varas do Trabalho, na manhã da sexta-feira (28), como atividade da greve geral.
Mais de 500 pessoas realizaram caminhada em defesa dos direitos trabalhistas, previdenciários e contra a terceirização. A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal em Alagoas (Sindjus-AL) e pela Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público, contou com a participação dos servidores do Tribunal Regional Eleitoral, do Tribunal Regional do Trabalho, da Justiça Federal, do Ministério Público da União, a Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal), da Associação Nacional dos Juízes Federais (Ajufe), da Associação dos Juízes Federais da 5ª Região (Rejufe), da Associação Alagoana dos Magistrados (Almagis), da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (AMATRA XIX), da Reitora da Ufal, Valéria Correia, do Ministério Público do Trabalho, do Tribunal Regional do Trabalho, da Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef), do Sindicato dos Servidores do Judiciário do Estado (Serjal), da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe), do Sindicato dos Servidores do Ministério Público da União (Sinasempu), do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), da OAB, do MST e outros.
O coordenador Geral do Sindjus-AL, Paulo Falcão, disse que a greve geral cumpre o objetivo importante de chamar os trabalhadores para dizer que não vamos pagar por essa crise. “Essa crise é um argumento para aumentar os lucros dos banqueiros e dos grandes empresários. Eles querem rasgar a CLT para impor a escravidão dos trabalhadores”, revelou.
A presidente da Ampal, Adilza Inácio de Freitas, fez crítica ao Projeto de Lei que pune o abuso de autoridade, citando a criminalização da hermenêutica que trata a punição de juízes cujas sentenças fossem reformadas no texto da proposta. Ela defendeu a participação das mobilizações contra as reformas trabalhista e previdenciária.
O vice-presidente da Ajufe, Antônio José de Carvalho, alertou sobre a Emenda Constitucional 95/2016 que congela os investimentos dos serviços públicos por 20 anos, destacando a importância da Previdência Social que também é uma forma de distribuição de renda e é regida pelo regime de solidariedade, esclarecendo que quando o filho de trabalhador perde os pais, receberá pensão até os 21 anos. “Somos responsáveis um pelo outro. No regime de capitalização não existe a pensão por morte”, alertou.
O diretor Jurídico do Sindpol, José Carlos Fernandes Neto, o Zé Carlos, disse que o Brasil tem mais de 600 mil presos em precárias condições. Destacou a falta de efetivo de policiais e as condições precárias de trabalho, que serão agravadas com a Emenda 95. Enfatizou que o caos social recai nas delegacias de polícia. Disse que a greve geral está unindo as categorias e as instituições.
O presidente da Amatra XIX, Sérgio Roberto Queiroz, disse que todos os trabalhadores e instituições são alvo dessas reformas. Revelou que o ataque à Justiça do Trabalho mostra que todos estão no caminho certo. “Estamos cumprindo com o nosso papel, com a Constituição. Não vamos abaixar a cabeça para essa proposta que está acima do social, acima dos seres humanos. Vamos rumo à reconstrução de nossa democracia”.
A diretora Administrativa do Serjal, Sandra Maia, disse que não se pode aceitar o retrocesso dos direitos. “É preciso separar o joio do trigo nesse momento”, revelou. Disse também que o trabalhador, o qual aderiu à greve não é vagabundo, mas sim lutador por seus direitos. Defendeu a importância do fortalecimento das instituições, dos sindicatos, dos serviços públicos e dos servidores contra os ataques aos direitos.
A diretora Seccional do Sinasempu, Melissa Pontes, leu um texto de sua autoria, ressaltando que os servidores públicos, a sociedade civil e trabalhadores não podem permitir que levem mais do pouco que temos. “Escutei de um colega que o Exército precisa tomar as ruas. O povo é que precisa tomar as ruas, tomar o seu lugar e mostrar o seu poder. Não somos massa de manobra. Somos os donos disso tudo aqui. Somos aqueles que elegem e tiram do poder quem nós bem entendermos. Já não temos escolas públicas suficientes, transporte público de qualidade, saúde gratuita. Ainda querem nos tirar mais? Querem nos tirar a aposentadoria, o direito dos trabalhadores, a Justiça do Trabalho? Então nós diremos não”.