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Sindpol relata problemas enfrentados pelos PCs à promotora de Controle Externo da Atividade Policial

Por Imprensa (sexta-feira, 25/09/2020)
Atualizado em 25 de setembro de 2020

Dirigentes do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) se reuniram com a promotora de Justiça Karla Padilha, da Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial da Capital, na quinta-feira (24), para tratar das dificuldades enfrentadas pelos policiais civis nas delegacias de Alagoas.

O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, tirou dúvidas da promotora sobre a atuação do Sindicato em defesa da categoria, destacando a luta pela valorização dos policiais civis, informando também sobre o baixo efetivo, o aumento da carga horária, as precárias condições de trabalho e a realidade em relação à desvalorização pelo Governo do Estado.

O Sindpol havia solicitado uma reunião para tratar da situação dramática dos policiais civis, tendo em vista que Karla Padilha assumiu há pouco tempo a Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial. No encontro, Ricardo Nazário destacou a carência de mais de 2.500 policiais civis, revelando que entre 600 e 700 estão aptos para se aposentar, mas que não se aposentaram para não perder direitos, como adicional noturno, gratificações e auxílio alimentação.

Revelou também que a carga horária é desumana, chegando a mais de 40 horas semanais que o policial civil acumula com o plantão da regional e da delegacia, o qual fica vários dias consecutivos trabalhando no local. Ainda sobre esse tema, informou que o governo aumentou a carga horária de 30 para 40 horas semanais sem conceder a compensação financeira, acrescentando que policiais civis já obtiveram decisão favorável pela implantação, mas o governo, através da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) está negando o direito.

O sindicalista explicou a questão da desvalorização da categoria, revelando que o governo firmou acordo com os militares, para que o policial militar, com nível médio, receba o piso salarial em torno de R$ 4.500,00; enquanto o policial civil, com nível superior, recebe R$ 3.800,00. Ressaltou também a disparidade salarial entre os delegados, agentes e escrivães, revelando que os delegados obtiveram reajuste salarial, que o inicial saiu de R$12.000,00 para R$ 20.000,00.

 

Negociação

Ricardo Nazário disse que já encaminhou vários ofícios solicitando uma reunião com governador Renan Filho para concluir as negociações. Esclareceu que antes da pandemia, a diretoria do Sindpol se reuniu com o governador Renan Filho durante a inauguração do Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) de Maribondo, em 12 de março deste ano. Na ocasião, o governador se comprometeu pessoalmente em concluir as negociações pela valorização do policial civil, o que não ocorreu. O dirigente informou que o Sindpol volta a realizar atividades de mobilização na rua, citando o ato público na próxima terça-feira (29), que faz crítica aos 200 dias sem resposta do governador.

 

Denúncia

Os dirigentes do Sindicato destacaram as denúncias que o Sindpol vem realizando sobre os problemas com os Centros Integrados de Segurança Pública (CISPs). O 1º Secretário do Sindpol, Bartolomeu Rodrigues, fez a comparação de investimento de quase R$ 2 milhões na construção do CISP e a construção do Posto da Polícia Rodoviária Federal no mesmo valor, mas com significativas diferenças. Enquanto o Posto da PRF possui vidros e portas blindadas, paredes de concreto e estacionamento amplo para os servidores e usuários; e os CISPs, com apenas seis meses de inauguração, apresentam vários problemas estruturais, com teto caindo, piso afundando, rachaduras e infiltrações nas paredes, entupimentos e vazamentos na parte hidráulica.

Bartolomeu Rodrigues também informou que existe apenas um funcionário da Delegacia Geral para prestar manutenção de aparelho de ar condicionado em todas as delegacias do Estado, destacando que são mais de 200 prédios para apenas um policial civil.

A promotora de Justiça disse que está fazendo um projeto para aparelhar as delegacias, com condições básicas de trabalho. Informou que o órgão está aberto para receber denúncias. Citou a questão da delegacia de combate à corrupção. Nessa situação, o presidente do Sindpol reafirmou que essa delegacia servirá como balcão de negócio. O sindicalista destacou a questão da falta de efetivo e questionou a implantação da delegacia, mas esclareceu que não é contra a implantação de delegacias. A promotora informou que será retirado do texto da lei a parte que trata do envio de relatório da delegacia à Delegacia Geral.

Na avaliação de Ricardo Nazário, a reunião foi importante para inteirar à Promotora de Justiça sobre a situação precária das delegacias de Alagoas. O sindicalista ressalta que a Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial é um órgão de apoio contra as perseguições que são feitas aos agentes e escrivães da Polícia Civil.

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