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Queremos Vida Digna, Não Repressão

Por Imprensa (quarta-feira, 13/06/2012)
Atualizado em 13 de junho de 2012

Por Magno Francisco

A morte do médico Alfredo Vasco, numa tentativa de assalto no corredor Vera Arruda no bairro do Stella Maris, chamou ainda mais a atenção para o problema da violência em Maceió. Entretanto é importante salientar que este não é um problema recente e atinge todo estado de Alagoas.

Segundo dados do Sindicato dos Policiais Civis, SINDPOL, a cada três horas uma pessoa é assassinada em Alagoas, e levantamento da organização não-governamental mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal ligada a ONU, apontou a capital alagoano como a terceira cidade mais violenta do Mundo.

Entretanto, é muito importante salientar que o problema de Alagoas não se limita a violência, também somos o estado campeão em analfabetismo, violência contra a mulher, desemprego, má distribuição de renda e ainda temos os piores índices de desenvolvimento humano e da juventude.

Os principais afetados com a violência são os jovens, especialmente os jovens pobres da periferia. Para se ter uma ideia, enquanto os manifestantes realizavam um ato pela paz, por conta do assassinato do Médico, um jovem de 15 anos foi morto no bairro do Mutange.

A repercussão da morte do médico foi muito intensa, os setores mais conservadores da sociedade pularam das suas cadeiras para exigir mais repressão, exército na rua e até mesmo estado de sítio.

E o governador Teotônio Vilela, usineiro e representante das elites, não tardou em atendê-los. Está marcado para o dia 26 de junho o lançamento do megaplano de combate a violência em Alagoas, o evento deve contar com a presença do Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso.

No megaplano do governador estão incluídos: mais homens da Força Nacional, Exército na rua, apoio da Aeronáutica e mais efetivo de Policia Federal em Alagoas. A ideia é repetir as imagens da ocupação militar no morro do Alemão no Rio de Janeiro. Toda esta ação será financiada pelo governo federal.

O lamentável é que toda esta operação de guerra não é para capturar os poderosos do colarinho branco que surrupiam o dinheiro público em Alagoas, mas sim para aumentar a repressão sobre o povo pobre das periferias, pois pobreza é sinônimo de criminalidade no capitalismo.

Com certeza, não falta bandido instalado no poder para prender em Alagoas. Apenas com a operação Taturana e Espectro foi comprovado o roubo R$600 milhões, com a operação Rodoleiro mais R$100 milhões, operação Navalha R$14 milhões, reforma nas escolas sem licitações R$47 milhões. Por motivos óbvios, o governador faz vistas grossas sobre isto.

A verdade é que a raiz do problema da violência em Alagoas é a mesma do analfabetismo, do desemprego, da corrupção, da falta de moradia, entre outros graves problemas. Durante anos nosso estado tem sido espoliado por uma minoria de coronéis, notadamente os usineiros, que tratam Alagoas como se fosse um feudo.

Governo após governo o povo pobre é esquecido na miséria, enquanto esta minoria de exploradores se locupleta no poder. O resultado é um estado atrasado economicamente, campeão em desigualdade social, com uma das piores rendas per capita do Brasil.

Mas, para recuperar a popularidade do governador e atender os interesses dos poderosos “vale tudo, até matar, matar mesmo” como falou José Agripino, cacique nacional do DEM, partido do vice-governador José Thomaz Nonô. Já melhorar as condições de vida do povo, construir escolas, contratar professores e médicos, desenvolver a indústria, fazer a reforma agrária, promover a distribuição de renda passa longe da cabeça destes senhores.

A solução da violência em Alagoas não está no fascismo, como pretende a elite do nosso estado e o governador Teotônio Vilela. A solução dos problemas de Alagoas está em acabar com as desigualdades sociais e com o controle dos usineiros sobre a nossa economia, é preciso desenvolver o nosso estado e criar perspectivas de futuro para nossa população. Que a cadeia seja para os corruptos e exploradores do povo. Queremos vida digna e não mais repressão sobre o povo pobre. Será que é demais?

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