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Grande imprensa admite que gastos com servidores públicos federais estão caindo

Por Imprensa (terça-feira, 7/08/2012)
Atualizado em 7 de agosto de 2012

O Jornal Valor Econômico admitiu que os gastos com servidores federais têm caído ao longo dos últimos 10 anos, em percentual do PIB. Segundo o Valor, o gasto com servidores em 2012 (4,2% do PIB) está bem mais baixo que em 2002, último ano de FHC (4,8% do PIB).

É importante comentar que, quanto maior o PIB, maior a demanda por serviços públicos como os de saúde (devido a mais acidentes de transito, de trabalho, etc), educação (maior demanda pela formação pessoal e profissional), fiscalização tributária, trabalhista, etc.

A notícia também revela que a proposta orçamentária para 2013 irá prosseguir tal queda, devido à perda de receita decorrente dos recentes benefícios fiscais concedidos principalmente à indústria. Ou seja: ao mesmo tempo em que diz que não há recursos para os servidores, o mesmo governo concede amplos benefícios tributários à industria, às custas também da queda na receita de estados e municípios, no caso das reduções de IPI (que é repartido com os entes federados).

E, para manter intocado o pagamento da dívida pública – que já consumiu até 2 de agosto nada menos que 52% do orçamento de 2012 – o governo prefere impedir o reajuste dos servidores. Mesmo que o montante gasto com a dívida tenha sido 5 vezes maior que o gasto com o funcionalismo.

Estes dados podem ser conferidos no Dividômetro da Auditoria Cidadã da Dívida – www.auditoriacidada.org.br

Por outro lado, imprensa tenta culpar servidores pela dívida dos estados

O Jornal Estado de São Paulo traz notícia que procura culpar os servidores estaduais pelo endividamento dos entes federados. Porém, a notícia omite que de 1999 a 2011 a dívida dos estados com a União cresceu de R$ 121 bi para R$ 369 bi , apesar dos estados terem pago R$ 157 bilhões de 2000 a 2011. Ou seja, apesar do enorme pagamento feito pelos estados, a dívida continua gigantesca, principalmente devido às altíssimas taxas de juros nominais, compostas pelo índice IGP-DI mais 6% a 7,5% ao ano. Em 2010, tal taxa chegou a cerca de 20% ao ano.

Portanto, a dívida dos estados cresce devido aos juros absurdos, e não devido ao funcionalismo, até porque os recentes empréstimos não têm servido para pagar o funcionalismo, mas para investimentos, como no caso dos financiamentos do BNDES.

Esse é o esquema de funcionamento do Sistema da Divida: depois que cresce absurdamente, a dívida passa por “refinanciamentos” que a transformam em débito com o Banco Mundial, BNDES etc…

Notícias diárias comentadas sobre a dívida – www.auditoriacidada.org.br

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