MPE concede prazo de 60 dias para PC concluir investigações sobre explosão
Instalações da Deic foram destruídas em acidente registrado em dezembro, deixando uma policial civil morta
Vítimas do acidente ainda não foram indenizadas e sofrem com imóveis danificados A 64ª Promotoria de Justiça da Capital vai devolver à Polícia Civil, na quinta-feira (21), o processo que investiga a explosão na Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic) e que fora entregue ao Ministério Público Estadual em janeiro último. Será concedido prazo de mais 60 dias para que a polícia judiciária de Alagoas possa concluir a apuração sobre a tragédia que vitimou fatalmente uma agente de polícia, feriu outras quatro pessoas e destruiu a sede do órgão.
O processo foi considerado complexo pela promotora que acompanha o caso, Alba Lúcia Torres de Oliveira. Ele já possui três volumes, mas, apesar de farta documentação anexada, ainda não aponta uma autoria para a explosão. “Seria temerário, nessa fase da investigação, fazer qualquer juízo de valor a respeito daquele episódio e apontar possíveis responsáveis. Estamos concedendo prazo de dois meses para que a Polícia conclua o inquérito e, só após a sua finalização, é que poderemos nos pronunciar a respeito das medidas que deverão ser adotadas pelo Ministério Público Estadual”, explicou ela.
“Precisamos entender que essa investigação é de extrema complexidade, principalmente por conta das circunstâncias em que ocorreu o desastre. Portanto, tanto a Polícia Civil, instituição responsável pela investigação, quanto o MPE, titular da ação penal, têm que analisar o caso com a cautela que o caso exige. E é também por este motivo que o sigilo durante a apuração é de extrema importância”, acrescentou Alba Lúcia Torres de Oliveira.
Finalizado o inquérito, ele será novamente remetido para a 64ª Promotoria de Justiça da Capital. “Quando esta peça chegar às nossas mãos, já completamente finalizada, analisaremos se houve, de fato, a existência de dolo ou culpa na explosão”, declarou a promotora de Justiça.
A tragédia na Deic
Na noite do dia 20 de dezembro do ano passado, uma forte explosão na sede da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) provocou a morte da policial civil Maria Amélia Lins Costa, 43, e deixou outros quatro agentes feridos. O estrondo gerou pânico e tumulto na Rua Moreira e Silva, no Farol, e regiões adjacentes. O impacto foi sentindo até na Praça do Centenário. Vidros de prédios vizinhos à delegacia se espalharam pelas ruas e atingiram populares, casas e estabelecimentos comerciais, que tiveram suas paredes rachadas.
O acidente aconteceu no paiol (depósito onde munições e artefatos são armazenados), que ficava numa das salas da Deic, por volta das 18h25. Os policiais ficaram soterrados até a chegada de equipes do Corpo de Bombeiros Militar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Samu. Quando as viaturas chegaram, quatro policiais civis – Carlos César, Genival Maurício, Luis César e Amanda Daniele – ainda conseguiram ser resgatados com vida entre os escombros. Eles receberam o atendimento inicial das equipes e, em seguida, foram encaminhados para o Hospital Geral do Estado.
Já Maria Amélia Lins Costa não resistiu à gravidade dos ferimentos e veio a óbito antes mesmo de ser atendida.
Gazetaweb