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"Policiais no Brasil ganham muito mal", diz Balestreri

Por Imprensa (sábado, 12/06/2010)
Atualizado em 12 de junho de 2010


Em entrevista ao JB, o secretário nacional de segurança, Ricardo Balestreri, acredita que os policiais devem ter melhorias em seus salários. Para ele, o país precisa investir, também, em segurança aérea e marítima.


 


Como o senhor avalia a possibilidade de equiparação salarial entre os policiais militares do país, conforme prevê a PEC 300?


– O que realmente precisamos é reconhecer que os policiais no Brasil ganham muito mal. A questão está no âmbito do Congresso e o governo tem apenas a preocupação de que seja feito com viabilidade econômica. Mas a ideia de uma remuneração justa para os policiais é imprescindível para uma boa segurança pública.


 


Quais são as principais medidas para combater o crime no Brasil?


– Reforçar o programa de proteção das fronteiras, incrementar o uso pelas polícias do leque de armamentos letais e não letais, além de melhorar a capacitação do efetivo. Precisamos ter políticas de conscientização da sociedade sobre os malefícios das drogas e do envolvimento das diversas instituições: família, escola, igreja. Precisamos continuar reforçando a segurança aérea do país e começar a reforçar a segurança marítima. Efetivamente, não temos serviço de polícia marítima no país.


 


É necessário aumentar o efetivo de policiais no Brasil?


– De maneira geral, o efetivo brasileiro não está aquém dos padrões internacionais. Temos, hoje, cerca de 600 mil policiais no Brasil entre civis, militares e polícia científica. É um efetivo muito grande. O que precisamos é melhorar a gestão.


 


Como o senhor viu a ocupação da Vila Cruzeiro e do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, pelas polícias civil, militar e pelas Forças Armadas?


 – O governo do Rio está muito bem coordenado. A cidade superou a fase da politização da segurança pública, que não dá para fazer com base em emoções. Os segmentos que estão lá participando – Forças Armadas e Polícia Federal – acreditam no projeto do Rio, que tem um histórico de segurança pública muito desmoralizado. O que nós temos hoje é uma reconquista da credibilidade. Não tem como enfrentar a violência e a criminalidade sem esse coletivo de forças.


 


O senhor concorda com o uso das forças armadas na segurança pública?


 


– Em certos casos, concordo. No Rio de Janeiro era preciso uma intervenção pronta e imediata. A legislação permite que em casos extremos as forças armadas sejam utilizadas e nós tínhamos um caso extremo. Dentro desses critérios não há problema. O que Marcello Casal Jr./ABr não pode ocorrer é substituirmos as forças policiais pelas forças armadas.


  


O que foi feito com relação à criação de uma ouvidoria externa para ampliar o controle das polícias brasileiras?


 – Defendo proposta de que o controle externo das polícias seja federal. Essa ideia é complicada num tipo de federação como a brasileira. Os Estados Unidos têm um controle desse tipo em casos de violação sistêmica de direitos humanos ou de corrupção, onde pode haver uma intervenção do FBI. Nós poderíamos ter algo similar no Brasil. Contudo, é preciso alterar a legislação.


 


Qual o papel do governo federal na segurança dos estados? 


 – Temos uma gama de possibilidades. A começar pela atuação da Força Nacional de Segurança Pública. Nós podemos e devemos trabalhar mais no âmbito da reformulação das leis. Estamos intensificando ações de controle das fronteiras, com os aviões não tripulados, a partir de uma parceria com Israel. Estamos construindo um programa de segurança pública por vias hídricas, começando as compras das primeiras lanchas de 36 pés. O Rio de Janeiro deve, inclusive, receber duas lanchas.


 


Fonte: Jornal do Brasil

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