Por Imprensa (quinta-feira, 19/05/2011)
Atualizado em 19 de maio de 2011
Alagoas está sangrando! Este foi o desabafo feito pelo 2º vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), José Edeilto, em entrevista concedida na noite da quarta-feira (18), no estúdio da Rádio Gazetaweb. O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar, Wellington Fragoso, também se fez presente a fim de reivindicar direitos, como reajustes salariais e melhores condições de trabalho para a categoria. Nesta quinta (19), os militares se reunirão em assembleia às 14h, na Praça Deodoro, e os policiais civis, às 14h, na sede do sindicato, na Rua Cincinato Pinto, no Centro.
Edeilto iniciou sua fala ao comentar acerca da gargalhada do governador Téo Vilela, durante uma entrevista coletiva na tarde dessa terça-feira (18). Segundo ele, o governo trata os servidores com desrespeito e não tem consideração com a categoria. “A gente diz isso, pois o governo tem a responsabilidade de assistir a três milhões de pessoas, que precisam de necessidades básicas, como segurança, saúde e educação. A sociedade precisa acordar e cobrar do Téo uma posição e um trabalho digno” – externou.
No decorrer da entrevista, o representante do sindicato lembrou-se da visita realizada pelos sindicalistas, esta semana, a delegacias do interior de Alagoas. Entre os distritos observados, estão Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos, Penedo, Teotônio Vilela e Arapiraca. “A situação nestas delegacias é totalmente complicada. Falta tudo: estrutura física e estrutura funcional e, desse jeito, não dá mais para continuar. Em Palmeira, a delegacia é uma `pocilga’; em São Miguel, agora é que estão fazendo uma reforma de R$ 119 mil” – relatou o sindicalista.
Desde 17 de dezembro de 2007, a carceragem da Delegacia de Penedo foi interditada, visto que os presos não estavam em condições de conviver no mesmo espaço, conforme informou o sindicalista. “Todo fiscal da lei se preocupa com os direitos humanos, mas como os servidores são parte do Estado, dizemos que não há direitos humanos”, disse.
José Edeilto comentou acerca das delegacias do interior
Revoltado, José Edeilto comparou o governador Téo Vilela a Osama Bin Laden. “A criminalidade é tão grande que Téo está matando mais do que Osama Bin Laden. Só em quatro anos, foram inúmeras vítimas. E nada mais, nada menos do que a própria gargalhada sarcástica deste governador, que nos trata diferentemente dos delegados, ou seja, é como se colocasse uma enfermeira, ganhando R$ 1 mil, para fazer o serviço do médico, que ganha R$ 20 mil”. Segundo Edeilto, a decisão da Justiça de punir grevistas cerceia o único direito que foi reservado à categoria.
Polícia Militar
Ao comentar acerca de uma falta de gerência por parte do Estado, Wellington Fragoso também lembrou a famosa gargalhada de Vilela. Segundo o major, o Estado não consegue mais assumir compromissos há cinco anos, uma vez que há um resíduo de 7% que Teo `ignora’, bem como datas-base. “Quando a gente vê a gargalhada, presenciamos o total descaso e o descompromisso com a sociedade alagoana”
Quanto à entrega simbólica das chaves de uma moto e de um carro, feita pelo então governador, que servirão à PM, Wellington garantiu que os militares não aceitarão o que chamam de `fazer o outro de besta’. “Isso é um absurdo. Só falta ele dar de brinde três cavalos, 2 bicicletas e quatro cachorros; se fosse uma contratação de 2000 policiais para aumentar o efetivo, aí sim, seria um verdadeiro presente” – alfinetou.
Wellington Fragoso também fez uma convocação para assembleia nesta quinta
O presidente da Associação dos Oficiais comparou a deficiência de alguns militares atuais à expulsão de coronéis com 45, 46 e 47 anos de idade – que obtiveram grandes experiências – mas que foram substituídos. “O resultado foi a colocação de militares com pouca habilidade no lugar de verdadeiros servidores e bastante novos, por sinal”.
Processo militar
Durante a entrevista, Fragoso comentou acerca do processo disciplinar militar que foi instaurado contra ele e o presidente da Associação dos Cabos e Soldados de Alagoas, Wagner Simas. De acordo com o major, a categoria só fez convocar os colegas a unirem-se nas lutas contra o governo. “A corregedoria se esqueceu de analisar o sentido de crime militar. O militar só comete crime dentro do quartel, a serviço na rua ou atentado entre militares”, concluiu.
Gazetaweb – com Jobison Barros