Por Imprensa (segunda-feira, 15/08/2011)
Atualizado em 15 de agosto de 2011
A proposta de criação de um projeto de lei que institui a atividade delegada, que prevê a remuneração de policiais militares nos horários de folga, através de convênio firmado junto ao Governo do Estado e Prefeitura, o conhecido `Bico Legal’, segue como foco da maior polêmica envolvendo a segurança pública há mais de um mês.
Apontado como uma das cidades mais violentas do país, o projeto de autoria do presidente da Câmara de Vereadores, Galba Novaes (PRB), já criou `rusgas’ com o vice-governador, José Thomaz Nonô (DEM), e sofreu rejeição de segmentos importantes, como o Conselho Estadual de Segurança, além de representantes de vários segmentos da sociedade civil organizada.
Para defender seu projeto, o presidente da Casa de Mário Guimarães trouxe para Maceió o major da Polícia Militar de São Paulo, Wagner Rodrigues, e o consultor em segurança, Reinaldo Japa Takarabe. São Paulo, aliás, é a cidade usada como modelo por Novaes quando da defesa do Bico Legal em Maceió. Ainda segundo o vereador alagoano, as gratificações teriam valores entre R$ 800 e R$ 1.300.
Apesar de ser apontado como parceiro no projeto, o prefeito Cícero Almeida (PP) disse em entrevista ao Alagoas24Horas que `já faz a sua parte com a Guarda Municipal, e como não tem conhecimento de causa sobre este assunto prefere não opinar’.
Em meio à polêmica, o Alagoas24Horas decidiu perguntar ao seu leitor se ele era a favor da legalização do `bico’ policial. Mais de três mil internautas (3.315) participaram da enquete. 1.486 (44,8%) internautas se mostraram favoráveis ao projeto Bico Legal. Já 1.829 (55,2%) leitores se disseram contra a regulamentação do bico.
A enquete ainda gerou 50 comentários. Na avaliação maciça dos leitores, a redução dos índices de violência passa, obrigatoriamente, pela valorização da atividade policial, sem – contudo – implantar a atividade delegada. “Legalizar o `bico’ é uma forma de oficializar o sofrimento do profissional de segurança pública, o policial já trabalha em carga horária excessiva, o que precisa ser feito é realização de concursos, e pagar um salário decente a estes profissionais”, avaliou um internauta.
“Acho que o policial deve ser bem remunerado e treinado para exercer a sua função. Que é defender o cidadão que paga seus impostos. Ele deve ter salário digno, que o tornará uma pessoal incorruptível”, avalia outro leitor.
Até mesmo entre os defensores do projeto, a questão salarial é a mais destacada. “Este projeto só visa legalizar o que hoje já é feito pelos militares que ganham pouco e têm que complementar sua renda arriscando suas vidas em busca de alguns trocados a mais”.
Cláudia Galvão – Alagoas24horas
O tema, que atinge todos os integrantes do aparelho de segurança do Estado, deve ainda render discussão em diversos segmentos, além de tramitar na Câmara de Vereadores de Maceió.