Por Imprensa (quinta-feira, 25/08/2011)
Atualizado em 25 de agosto de 2011
Centenas de policiais civis, liderados pela Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) e sindicatos, pararam as obras do estádio Fonte Nova, em Salvador/BA.
As entidades pretendem paralisar por tempo indeterminado as obras nos estádios das capitais que irão sediar a Copa do Mundo de 2014. Os policiais deram um cartão amarelo, fechando os portões que dão acesso à construção, impedindo assim a entrada dos trabalhadores e do maquinário.
“Por mais incrível que pareça tanto os trabalhadores da construção civil quanto à população estão do nosso lado. Os trabalhadores vieram relatar para nós as condições pífias de trabalho a que estão submetidos, com baixos salários e colocando em risco a própria vida por falta de equipamentos de segurança. E quem passa nos ônibus também manifesta seu apoio ao movimento”, relata o presidente da Cobrapol, Jânio Bosco Gandra.
Antes de paralisar as obras, os policiais realizaram uma panfletagem explicando os motivos da paralisação. Uma faixa de quase 15 metros foi estendida ao redor do estádio cobrando do governo federal a votação das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 300/446 – que tramitam na Câmara dos Deputados na forma da Emenda Aglutinativa nº 2, e cria o Piso Salarial Nacional para os policiais civis, militares e bombeiros.
Para Gandra, as manifestações de apoio da população e dos trabalhadores da obra é uma demonstração de que o cidadão vem sentindo nas ruas o problema da segurança pública. “Não estamos aqui apenas para cobrar o Piso Nacional, mas principalmente para alertar as autoridades quanto à situação precária que vive hoje todos os estabelecimentos e os trabalhadores da segurança pública. O que significa dizer que sem mudanças, o Brasil não está preparado para receber a Copa de 2014. A melhoria da segurança pública passa também pela valorização do policial”, declarou Gandra.
As obra do estádio Fonte Nova ficaram paralisadas na manhã da terça-feira. Mas de acordo com Gandra, assim como no futebol, o `cartão amarelo’ de hoje serviu apenas como uma advertência. Mas, se o governo não fizer, o movimento pode dar um `cartão vermelho’ e paralisar as obras por 24 horas ou mais.
Outras capitais que sediarão a Copa do Mundo de 2014 também terão suas obras paralisadas. Além dos campos de futebol, os aeroportos em reforma também devem ser palco do movimento. O novo destino do “Empate” deve ser definido ainda hoje, mas a data e o local não serão divulgados.
Participação do Sindpol
O diretor do Sindpol Carlos José, que participou do protesto, disse que esta foi à primeira ação em conjunto com as outras entidades, “como forma de mostrar ao Governo e ao Congresso Nacional que os policiais estão unidos, e cada vez mais forte em busca do nosso objetivo (PEC-300/446)”.
Além de Carlos José, também participaram os diretores do sindicato Sidney Ribeiro e Carlos Bispo.