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Sem resposta do governo, peritos pretendem parar por 24 horas

Por Imprensa (sexta-feira, 9/09/2011)
Atualizado em 9 de setembro de 2011

Falta de condições de trabalho e de pessoal são as principais queixas da categoria


enviar por e-mailimprimirTexto:A-A+Após uma assembleia realizada na tarde dessa quinta-feira (08), os peritos do Instituto de Criminalística do Estado decidiram intensificar as mobilizações para pressionar o Governo do Estado a abrir espaço para negociação com a categoria. A deliberação de uma paralisação de 24 horas foi uma das medidas adotadas -embora a data ainda não tenha sido programada -para chamar a atenção sobre a pauta de reivindicações dos trabalhadores.


A insatisfação de quem trabalha na perícia alagoana é relacionada, principalmente, com a questão de estrutura, como a falta de material. “No setor de balística, estamos sentindo falta de cartucho de munição. Quando vamos fazer o exame da arma, temos que atirar com ela, e tem que ter munição na arma, só que algumas estão começando a faltar, como a de calibre 31”, cita o presidente da Associação dos Peritos, Paulo Rogério, ao acrescentar ainda a falta de material de expediente e de acondicionamento de projéteis.


“As instalações do prédio não são ideais, mas são melhores do que as que tínhamos quando estávamos na rua Goiás. Era basicamente duas salas e hoje temos um prédio. Houve uma evolução nesse sentido. Mas ainda é pouco. Faz necessário outras implementações”, diz. Segundo Rogério, a categoria também pede uma proposta de reajuste salarial para corrigir as distorções.


As melhorias nas condições de trabalho, segundo o presidente da associação, perpassa ainda pela necessidade de aumentar o número de servidores, que hoje chega a 30 para atender a demanda de todo o Estado. “A Associação Brasileira de Criminalística fez um estudo, de onde foi constatado que seria necessário um perito para aproximadamente 100 mil habitantes. Se fôssemos aplicar essa média em Alagoas, precisaríamos de mais de 500”, relata.


No entanto, as requisições dos servidores são menores. “Fizemos uma solicitação, em 2009, para 150 peritos. O efetivo que estão querendo colocar para concurso, que é de 30 peritos, não vai atender a carência”, relata. “Quando entramos no concurso há 10 anos, completamos em praticamente 60. Com saída, aposentadoria e morte de servidores antigos, caiu para 30 o número de trabalhadores. Então colocar esse número para concurso vai apenas repor a quantidade que tinha antes”, diz.


Enquanto o número de peritos vai diminuindo, ou estabilizando, a quantidade de exames vem aumentando a cada ano. “Aumenta o número de habitantes e aumenta o número de exames. Calculamos realizar entre dois a três mil exames por ano”, diz. “A direção do Instituto tem uma estatística que mostra isso. Desde 2008, mostramos crescimento no numero de ocorrências e laudos. E essa demanda só pode suprir com uma necessidade: colocar mais gente no serviço externo”.


A pauta `recheada’ de reivindicações do perito termina por empacar em uma dificuldade principal, como reforça Paulo Rogério: a falta de disposição do Governo do Estado em abrir espaço para as solicitações dos trabalhadores. “Há um bom tempo viemos tentando ter contato com o secretário de Defesa Social, Dário Cezar, mas não fomos recebidos. Ele disse que não iria falar com nenhuma categoria que estivesse reivindicando. Vemos isso como uma resposta de que o Governo não esta querendo se envolver. Eles dizem que, já que não conversaram com ninguém, não irão falar conosco também”.


A diretora do Instituto de Criminalística, Rosane Coutinho, disse não saber das mobilizações dos servidores e acrescentou que não há falta de material de expediente, ou de equipamentos para acondicionamento de projéteis. “Sabemos que existem alguns problemas, mas estamos tentando solucionar”, resumiu. Segundo ela, existe um convênio de R$ 2 milhões, em fase de licitação, para montagem de laboratório forense e compra de material.


  Gazetaweb – Wanessa Oliveira

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