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Sindicatos estimam mais de 500 mortes de servidores por Covid
Famílias das vítimas escondem a contaminação para evitar discriminação social; Sesau e Seplag não divulgam levantamento

Por Imprensa (segunda-feira, 14/06/2021)
Atualizado em 14 de junho de 2021

Por Arnaldo Ferreira

Nazário alerta que subnotificação dificulta para cravar números precisos de contaminados

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e a Secretaria de Estado do Planejamento (Seplag) não dispõem de números precisos de quantos servidores públicos morreram contaminados pelo coronavírus, revelam fontes das duas pastas. A falta de números precisos decorre também das subnotificações. No início da pandemia, as famílias omitiam os casos de Covid-19 para evitar a rejeição social e nos locais de trabalho. Num levantamento aleatório, os próprios sindicatos das categorias estimam que entre os servidores públicos da linha de frente dos governos estadual e dos 102 municípios, estimam mais de 500 mortos de funcionários que não resistiram às complicações do coronavírus.

A estimativa, porém, pode ser o dobro de mortos entre servidores ativos e inativos, porque desde março do ano passado ocorrem subnotificações. As secretarias de estado e dos municípios da Saúde que diariamente divulgam os números de contaminados e mortos não discriminam estatisticamente a ocupação profissional das vítimas do vírus. Entre os maiores contingentes de mortos no levantamento aleatório das entidades estão funcionários de áreas de atendimento, administrativos, médicos, enfermeiros, auxiliares dos serviços de saúde, professores, policiais civis e militares, além de pessoal de apoio: motoristas e auxiliares. Quanto ao número de contaminados que venceram a doença e os que ficaram com sequelas, a maioria dos sindicatos não consegue nem estimar. “São muitos que se contaminaram e venceram as complicações. Parte se contaminou no exercício profissional e outros que trabalham remotamente (em casa) desconhecem a fonte de contaminação, Outros tem dúvidas: sentiram os sintomas mas não sabem se foram contaminados”, revelam os sindicalistas.

POLICIAIS

Na Polícia Civil, por exemplo, os números oficiais dão conta de 14 mortes entre delegados, agentes e servidores de apoio. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas, Ricardo Nazário da Silva, alertou que há dificuldade em falar em números precisos porque ocorreu muita subnotificação. Ele estima que o número de mortes pode passar de 30 entre delegados, escrivães, agentes e pessoal de apoio. “Nó início da pandemia, várias famílias de colegas preferiram omitir casos de contaminação e mortes por temerem represálias sociais e nos locais de trabalho. Por isso, estimamos duas vezes mais que os números oficiais da Delegacia Geral da Polícia Civil”, disse o sindicalista. Entre os policiais civis também houve comportamento semelhante ao dos 13 militares do Corpo de Bombeiros que recusaram a vacina. A resistência de policiais foi motivada por fake news (notícias falsas) de Brasília, que criticavam a vacina chinesa (Corona Vac). Estes policiais cederam às pressões dos próprios colegas e aceitaram ser imunizados com a vacina Pfizer.

A maioria dos policiais com mais de 45 anos já tomou as duas doses das vacinas disponíveis. Abaixo de 44 anos, já tomaram a primeira dose. Os pedidos de afastamento do trabalho reduziram. Na semana passada, a direção do Sindpol se reuniu com o novo delegado Geral da PC, Carlos Reis e uma das pautas foi a cobrança dos Equipamentos de Proteção Individual para prevenção à Covid 19. Em algumas delegacias, segundo o sindicato, há dificuldade de reposição do material de proteção individual. O delegado-geral prometeu resolver a questão e corrigir o problema com os EPIs. A União dos Policiais Militares também não tem os números precisos de PMs contaminados e mortos das complicações causadas pelo vírus. O presidente da entidade, tenente Giovani Máximo Ferreira, estima que desde março até agora já morreram cerca de 60 PMs da ativa, reserva ou familiares dependentes. Na última reunião com o comando geral da PM, o presidente da UPM obteve a informação de que cerca de 10 militares da ativa morreram de Covid-19. “Estimo que entre militares da ativa, da reserva e familiares dependentes cerca de 60 não resistiram as complicações da Covid 19”. Na PM também algumas famílias dos que ficaram contaminados ou morreram omitiram as causas. “No início da pandemia, muita gente da Polícia Militar escondia que tinha sido infectados e terminava contaminando a própria família”.

Gazeta de Alagoas

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